Setecidades Titulo Educação
Alunos fazem alerta sobre dengue
Nelson Donato
Especial para o Diário
23/06/2016 | 07:00
Compartilhar notícia
André Henriques/DGABC


O combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus, é responsabilidade de todos. Esse é um dos principais conceitos aplicados na Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Sonia Maria Marques, na Rua Herminia Lopes Lobo, Vila Palmares, em Santo André. Os alunos da unidade utilizam o conhecimento adquirido em sala de aula para alertar familiares e vizinhos sobre os riscos da proliferação do mosquito.

A ideia aplicada na instituição é a pedra fundamental do projeto Santo André & Os Agentes Contra o Aedes, iniciativa promovida pelas secretarias de Educação e Cultura, em parceria com o Diário, que tem nos alunos da rede municipal os principais multiplicadores de conhecimento sobre as doenças e suas consequências.

Os estudantes das duas turmas do 5º ano do Ensino Fundamental da unidade mostram-se afiados quando o assunto é dengue. Sempre que questionados sobre algo referente à patologia, várias mãos se erguem e as mais variadas respostas sobre formas de prevenção e sintomas são ditas com propriedade.

Tanto conhecimento foi adquirido principalmente por meio de trabalhos de pesquisa, conforme detalha a professora Ivanilda Moreira Moraes Martins. “Começamos o trabalho pela dengue. Os estudantes pesquisaram sobre a enfermidade, os sintomas e as formas para evitar a proliferação do mosquito. Depois fizemos o mesmo com relação ao zika (vírus) e à (febre) chikungunya.”

Depois do trabalho de busca por informações, foi o momento de iniciar as rodas de conversa para troca de conhecimento. “Algumas turmas fizeram o passeio no entorno da escola. A gente preferiu falar sobre a doença e disseminar as informações. Para finalizar, fizemos mosquitões com garrafas PET. A escola ficou toda enfeitada e foi muito divertido”, garante Ivanilda.

Uma das alunas mais engajadas no combate ao mosquito é Vitória Suena Miguel, 11 anos. Ela demonstra grande consciência sobre o seu papel e o das outras pessoas para eliminar criadouros do pernilongo. “Todos têm que fazer a sua parte. Muitos acham que o Aedes nunca vai atacar e relaxam nos cuidados. As pessoas não se conscientizam. Por isso, alerto meus vizinhos, pois qualquer um está sujeito a ser picado.”

O estudante Ytalo Silva Moraes Bezerra, 10, revela que está atento aos possíveis focos do mosquito. “Um dia, quando estava vindo para a escola, vi um pote cheio de água parada e logo despejei o que tinha dentro. Acho muito importantes esses projetos para trazer informações. Agora sabemos que não se pode deixar caixas-d’água destampadas nem acumular lixo e entulho nas ruas.”

Outro aluno que tem alertado a família e a vizinhança é Daniel Felipe Martins, 9. Além do cuidado com os recipientes utilizados pelos seus animais, ele conta que fala à avó sobre os riscos da dengue. “Troco a água do meu cachorro todos os dias. Também coloquei areia nos pratos das plantas da minha avó para que não tenha água parada.”

Preocupação com futuro das crianças motiva trabalho de professora

Os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental estão em fase de transição. Com idades em torno dos 10 anos, logo entrarão na adolescência e serão transferidos para instituições de ensino maiores, nas quais terão contato com estudantes mais velhos. Essas mudanças são motivo de preocupação para a professora Ivanilda Moreira de Moraes Martins.

A fim de prepará-los para as próximas etapas da vida, a docente adotou a leitura de dois livros clássicos: O Jardim Secreto e O Pequeno Príncipe, para ensinar princípios que podem ser seguidos por toda a vida. “Enquanto os alunos estão no Fundamental, é mais fácil criar bases sólidas. Por isso, tratamos de assuntos ligados à ética, para evitar que eles caíam em armadilhas da vida.”

O desenvolvimento do pensamento social também é meta das atividades. “É incrível ver como as crianças estão preocupadas. Para se ter uma noção, elas nos alertaram sobre as folhas que se acumulavam no teto da escola e que poderiam atrair mosquitos da dengue. Acredito que aqui construiremos valores, e me sinto na obrigação de passar isso para eles.”

Um dos maiores frutos do trabalho foram os desenhos feitos no azulejo de um dos corredores da Emeief Sonia Aparecida Marques. Ali eles retrataram a história de O Jardim Secreto. É com orgulho que Ivanilda fala sobre a obra. “Dá para ver que muitos têm talento para desenho. Fico feliz em ver os resultados que alcançamos. Essa turma é excelente!” 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;