Memória Titulo Literatura
Neste romance, a memória do Grande ABC
Ademir Medici
15/06/2016 | 07:00
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Enquanto aguarda a chegada de clientes, tem fortes recordações, até com emoção, dos tempos do sindicalismo no ABC e das muitas experiências boas e ruins quando empregado.”

Da apresentação deste livro belíssimo

 

Na história de Joana d’Art – que recebera inspiração de Joana d’Arc – se trata de ficção, embora haja elementos verdadeiros. Nessas passagens, há experiências místicas, algumas verdadeiras, cujo julgamento fica a critério do leitor.”

Do relato do autor

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A literatura como um todo, e a do Grande ABC em particular, fica mais rica com o livro Joana d’Art, de Milton Martins, que acaba de ser lançado. Um livro de ficção e memórias, com uma história bem escrita e elementos factuais da vida contemporânea do Grande ABC. Tem muito de autobiográfico e de cenários e acontecimentos atualíssimos.

Numa troca de informações com o autor, hoje advogado em Piracicaba, mas com toda uma história relacionada à região, fomos aprendendo:

- Tudo se deu aí no ABC, na delegacia de Utinga, mas sem divulgação expressa.

- O Fórum é o de Santo André.

- Meu escritório era na Xavier de Toledo, esquina com a movimentadíssima Luiz Pinto Flaquer.

- A favela referida é a da Vila Palmares, “apenas para situar uma certa realidade porque a ‘minha’ favela é ficção”.

- E a surpresa maior, em especial para quem estuda o movimento dos metalúrgicos a partir da greve de 1978, da Scania e da Fontoura, em São Bernardo...

- Milton Martins vai esclarecendo:

- O ‘engasgo’ na greve de 1978 – “o dia em que a boiada virou boiadeiro” – eu desvio a experiência para um amigo, mas fui eu mesmo a ‘vítima’ na extinta fábrica de Santo André da saudosa Chrysler (fundição – montagem do caminhão).

- A descrição do meu escritório aí fora no prédio da Xavier de Toledo de Santo André. Afinal, os episódios principais de ‘minha vida’ se deram no ABC (em Sanca – São Caetano – da minha intensa participação estudantil e na pequena imprensa da cidade).

 

CHEGA JOANA

O livro é ótimo. A história é linda. A gente começa a ler e não quer parar, para usar uma expressão de tantos, mas que neste caso é a mais verdadeira. Há uma identificação com o enredo, os personagens, as circunstâncias, os pontos onde se desenvolve a ação – por isso dizemos: o leitor aqui da Memória irá se descobrir no livro.

O ator principal trabalhou na indústria automobilística. Demitido, busca uma nova colocação. Nada de conseguir. Decide-se a abrir escritório de advocacia, ainda inseguro – chegarão os clientes?

(Trata-se do citado escritório praticamente ao lado do 1º Distrito Policial de Santo André. O escritório real vira ficção, mas é ele próprio).

No escritório aparece uma humilde senhora, residente numa favela, que alega entre lágrimas que seu filho foi injustamente preso, implorando que vá o advogado à delegacia onde está detido com o objetivo de libertá-lo. O filho, um bandidão, casado com a Joana – bela e formosa mulher, título do livro. Aí começa a trama, que prenderá de vez o leitor.

Mais informes do autor:

- Dona Nair é verdadeira e a ‘Joana’ também. E também o estupro. A partir daí enveredo para a ficção.

- A prisão que eu visitei, um presídio feminino pequeno como descrito no livro, era, porque desativado, em Charqueada, a mais de 200 quilômetros de Santo André.

 

O AUTOR

Milton Martins é advogado, formado pela PUC-SP, turma de 1972. Ex-colaborador do Diário, “nos tempos do Fausto Polesi”. Estudioso do sindicalismo.

Escreveu o livro Sindicalismo e Relações Trabalhistas (LTr Editora). Acompanhou de perto a evolução do sindicalismo no Grande ABC. Participou de eventos importantes nos anos 1970 e 1980. Hoje mora e trabalha em Piracicaba, mas está sempre em São Caetano.

 

PARA TER O LIVRO

Portal do CreateSpace – Amazon. Para facilitar o acesso, acionar o Google inserindo o título ‘Joana d’Art’. Também pode ser no contato pessoal com o autor miltonmartins44@outlook.com

 

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Diário há 30 anos

Domingo, 15 de junho de 1986 – ano 29, nº 6160

Manchete – Aumenta tensão no Vale do Ribeira. Casas queimadas e plantações abandonadas no ponto de colheita são o saldo dos conflitos de terra. Dos enviados especiais Roberto Baschera, José Luiz Longo e Alberto Murayama.

Grande ABC – 344 mil recebem a vacina Sabin.

Paris – Morre aos 86 anos o escritor Jorge Luis Borges.

 

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Santos do Dia

 

- São Vito (Itália, Sicília – Lucania, 303). Viveu durante a perseguição aos cristãos. Morreu como mártir da Igreja. Uma paróquia no Brás, na Capital, é a ele dedicada, com grandes festas nesta época.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

 

- Germana

- Lívia

- Bv. Albertina Berkenbrock

 

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Município Paulista

Hoje é o aniversário de Piquete. Elevado a município em 1891, quando se separa de Lorena.

- Em 1902, a sorte dos moradores muda com a escolha do município para que nele fosse instalada, pelo Exército, uma fábrica de pólvora sem fumaça. Esse fato transformou de maneira significativa a vida do município, que se tornou um grande canteiro de obras.

Fontes: Fundação Christiano Rosa, prefeitura de Piquete.

 

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Municípios Brasileiros
Celebram aniversário neste dia 15 de junho: Arês (Rio Grande do Norte), Capinópolis (Minas Gerais), Tefé (Amazonas),> Itajaí (Santa Catarina), Monteirópolis (Alagoas), São José dos Quatro Marcos (Mato Grosso), Três Lagoas (Mato Grosso do Sul), Valparaíso de Goiás (Goiás) e Witmarsum (Santa Catarina).

Fonte: IBGE


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Hoje

- Dia do Paleontólogo

- Dia Mundial de Combate à Violência Contra o Idoso

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Em 15 de junho de...

1916 – Rebelam-se os policiais que acompanham a greve dos canteiros de Ribeirão Pires. Um novo contingente de praças é enviado ao local, em companhia do comandante do 1º Batalhão, tenente-coronel Pedro Dias de Campos, e sob o comando do tenente Pedro de Moraes Pinto.

- Os praças que se rebelaram são recolhidos à Capital. Inquérito militar será aberto.

- Estende-se a greve dos canteiros que trabalham na pedreira da firma Duarte & Aranha, a principal de Ribeirão Pires.

- A guerra. Do noticiário do Estadão: lançamento de bombas sobre Veneza.

1976 – Guerra à poluição tem início em São Paulo.

- Estadão inaugura suas novas instalações junto à Marginal do Rio Tietê, onde está até hoje.




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