O ano era de 1967 e quatro rapazes subiam ao palco do Teatro Paramount ao lado de Chico Buarque para cantar, na final do Festival da Música Popular Brasileira daquele ano, o clássico Roda Viva. Apenas um ano antes eles haviam lançado o primeiro disco, que levava o nome do grupo: MPB4. E lá se foram cinco décadas de carreira.

Para comemorar as ‘bodas de ouro’, o quarteto, formado por Miltinho, Aquiles, Dalmo e Paulo Malaguti, lança o disco de inéditas MPB4 50 Anos – O Sonho, a Vida, a Roda Viva! (Selo Sesc, R$ 20, em média). O encarte traz um texto de Aquiles em homenagem ao ex-integrante Magro Waghabi, que morreu em 2012 em decorrência de um câncer. O disco foi dedicado a ele. “É muito importante a marca de 50 anos, que tem uma carga emocional muito grande porque depois da perda do Magro ficamos meio perdidos. Mas tivemos a sorte de encontrar o (Paulo) Malaguti, que passou a integrar o quarteto e fizemos este CD de inéditas. É um momento bacana para nós, estamos renascendo”, diz Miltinho. <EM>

Composto por 13 faixas, CD conta com a assinatura de conhecidos parceiros, como João Bosco, Paulo César Pinheiro, a dupla Kleiton e Kledir, Vitor Ramil, Guinga e Mario Adnet – além de novos compositores, como Breno Ruiz e Thiago Amud.

E ele foi feito, segundo Miltinho, de forma democrática, uma prática sempre adotada pelo grupo, que é avesso a imposições porque teve de driblar e muito a censura à época da ditadura militar. “Tenho o maior orgulho de pertencer ao MPB4 e ter juntado com os três amigos (a formação inicial contava com Ruy Faria). Começamos no CPC (Centro Popular de Cultura), ligado à UNE (União Nacional dos Estudantes), fazíamos muito shows em comunidades, na rua, sindicatos. Era um momento conturbado. E veio o golpe (1964). Foram 20 anos de ditadura. A partir de 1980, com a redemocratização, seguimos em frente”, lembra.

O CD está disponível para a venda nas lojas das unidades do Sesc e no site www.sescsp.org.br/livraria. Eles também lançaram a caixa Três Tons de MPB4 com as reedições dos álbuns 10 Anos Depois (Philips, 1975), Canto dos Homens (Philips, 1976) e Vira Virou (Ariola, 1980) (Universal Music, R$ 61,90 em média).