O universo poético bateu na porta da vida de Adilson Alchuiy graças à sua mãe Tereza, que escrevia poemas quando ele era adolescente. Jornalista por formação, aos 12 anos deixou sua mente flutuar e começou a rabiscar os primeiros poemas, que agora tomam conta de todo um guarda-roupas. Hoje, aos 59, tira do forno seu segundo livro, Cartola Vazia Por Sensações Sem Truques (Clae Editora, 154 páginas, R$ 18, em média). O lançamento está marcado para sexta-feira, a partir das 19h30, na Casa da Palavra (Praça do Carmo), em Santo André. A entrada é gratuita e o artista distribuirá um exemplar aos que comparecerem ao evento.

Fruto de aproximadamente um ano e meio de trabalho e sem apoio financeiro, à exceção de uma ajuda da editora, a nova obra apresenta poesias surrealistas, fruto da influência beat (movimento criado por jovens intelectuais dos Estados Unidos que queriam se expressar e escrever de forma livre) que carrega o autor. “Gosto muito dos beats. Li tudo sobre eles e, talvez por isso, acham que sou um poeta betsurrealista”, diz o escritor.

As páginas dão espaço para 150 poemas, alguns acompanhados por desenhos do ilustrador Fernandes, do Diário, como O Cangaço em Latas de Querosene (Ou o Altar de Lampião). Segundo Alchuiy, os escritos são baseados em fatos cotidianos passados, presentes e futuros, “porque tudo que me inspira está baseado naquilo que vivi, vivo e espero ainda viver. Leio muito, sou um devorador nato de livros de poesia.

Artista que viveu um pouco de tudo: já foi hippie, punk, gótico e mais um bocado de coisas, Alchuiy gosta de escrever sobre seus ídolos de música e sobre poetas beats. Nomes como Arthur Rimbaud, William Butler Yeats, se misturam com António Ramos Rosa, Cruzeiro Seixas, César Moro. Referências à Jimi Hendrix, Hilda Hist e Frida Kahlo roubam a atenção na obra. Fotografia, Minas Gerais, amores e o velho automóvel Maverick do autor também proporcionam viagem literária ao longo das páginas.

Cartola Vazia Por Sensações Sem Truques – Literatura. Lançamento na sexta-feira, a partir das 19h30. Na Casa da Palavra – Praça do Carmo, Santo André. Entrada gratuita.