Para enfrentar a dengue, mais de 35 mil alunos das Emeiefs (Escolas Municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental) e da EJA (Educação de Jovens e Adultos) de Santo André juntam-se aos agentes de Saúde a fim de conter a proliferação do mosquito transmissor da doença. Nesta hora, usar a criatividade e projetar atividades lúdicas e divertidas fazem a diferença.

É com essa ideia que os alunos da Emeief Dr. Janusz Korczak, situada na Rua Santo Anastácio, na Vila Valparaíso, participam e apresentam peça de teatro com fantoches para os seus colegas. O espetáculo faz parte do projeto Santo André & Os Agentes Contra o Aedes, iniciativa das secretarias de Educação e Saúde, em parceria com o Diário.

Logo na montagem da estrutura, os pequenos não escondem a ansiedade. Enquanto o ‘palco’ dos fantoches é posicionado em mesas do pátio, a molecada se senta próxima à estrutura. Os atores mirins então preparam os bonecos que compõem a cena. Atentos, os espectadores não perdem um detalhe do show.

A história contada relata o caso de uma família que se vê ameaçada pelo Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus. O inseto pica uma garotinha, que no primeiro momento não percebe o perigo que corre. Quando sua mãe pergunta como era o autor do ataque, a menina diz que foi um pernilongo preto com listras brancas pelo corpo. Quando vê que a filha foi picada pelo Aedes, a mulher não perde tempo e a leva para uma unidade de Saúde.

Idealizador da peça, o professor Sebastião de Brito não esconde o orgulho da sua turma. Isso porque, além do espetáculo lúdico arrancar aplausos dos colegas, o conhecimento assimilado é difundido entre as famílias e a comunidade. “Dá para notar que os estudantes de toda a escola gostaram bastante da ideia. E a melhor parte foi que eles estenderam as discussões para seus pais, parentes e vizinhos. É um trabalho que sensibiliza.”

O educador ressaltou a importância das intervenções feitas pela Prefeitura no combate ao mosquito. “A dengue é tema emergente, muito importante nos dias de hoje. Atuar no universo infantil e com gestos simples foi uma maneira excelente de trazer as crianças para dentro do problema. Com certeza, com a ajuda delas, venceremos essa luta.”

Crianças levam conhecimento para casa

Fazer com que o conhecimento seja perene e que transcenda os muros das instituições é desafio para educadores. Porém, na Emeief Dr. Janusz Korczak, aplicar em casa o que é aprendido na escola se tornou rotina para os estudantes.

Participantes de espetáculo que alerta sobre os riscos da dengue, os alunos Lucas Freire Belão e Isabela Mares Sousa, ambos de 9 anos, aplicam onde moram o que aprendem durante a encenação divertida e que encanta os colegas.

Isabela possui o importante papel de narrar os acontecimentos da história. Ela conta que em sua residência, adotou medidas que têm como objetivo eliminar o Aedes aegypti. “Sempre tiro os pratinhos das plantas ou coloco areia neles. Também não deixo garrafas nem brinquedos que podem acumular água espalhados.”

Lucas é responsável por dar vida à mãe da menina que é picada pelo mosquito. “Gosto muito de participar da peça. Isso ensina que precisamos tomar cuidado e combater o mosquito, por isso, sempre conto o que aprendo para os meus pais e meus vizinhos.”