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Sérgio Soares afiou as garras do Tigre
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
21/04/2016 | 07:00
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O São Bernardo teve ao longo destes quase 12 anos de história diversos treinadores que casaram bem com a diretoria, jogadores, cidade e toda a realidade do clube. Consigo me lembrar de pelo menos cinco que, neste meio tempo, conseguiram cair nas graças da torcida e alcançaram resultados históricos: Candinho Farias, Lelo, Luciano Dias, Edson Boaro e Roberto Fonseca. Mas este ranking ganhou um novo integrante, que vai deixar saudades na terra das batatas: Sérgio Soares.

O Barack Obama do Grande ABC, como eu e o então colega de Diário Fernando Cappelli o apelidamos em 2010, quando levou o Santo André à final do Campeonato Paulista e utilizava o slogan do presidente norte-americano “Yes, we can”, ou “Sim, nós podemos” – no caso, vencer o Santos, o que só não foi possível por causa de um certo erro de arbitragem... –, pegou o Tigre numa fria. Chegou com o time dentro da zona de rebaixamento e, sendo bem sincero, sem dar mostras de que dali poderia sair.

Mas com seu estilo de jogo ofensivo e sua filosofia de valorização ao grupo, o treinador conquistou os jogadores, fechou o elenco, fez apostas e levou a equipe à inédita fase de quartas de final do Campeonato Paulista. Mais do que isso: deu ao São Bernardo a tão sonhada vaga na Série D do Brasileiro de 2017.

Soares estreou com derrota para o XV de Piracicaba, em jogo atípico por conta da forte chuva no Estádio 1º de Maio. Na semana seguinte, teve o São Paulo pela frente e decidiu inovar: lançou João Francisco na zaga e inventou o jovem volante Alyson jogando como meia ofensivo, caindo pelos lados. Resultado: vitória de virada por 3 a 1. A partir dali, o Tigre ganhou confiança. Bateu Ferroviária e Rio Claro fora de casa, safou-se do rebaixamento contra o Red Bull em São Bernardo e consolidou a vaga com o triunfo sobre o Água Santa, em Diadema, com direito a rebaixamento do rival.

Contra o Palmeiras, nas quartas de final, esperar uma vitória não era sonhar demais. Com o time com a moral lá em cima, bater mais um grande era, sim, possível. E no primeiro tempo a equipe deu mostras disso, criou grandes chances, mas desperdiçou e pagou o preço: derrota por 2 a 0 e eliminação. Como retratei em meus textos na edição de terça-feira deste caderno e tanto o zagueiro Luciano Castán como o próprio treinador concordaram, a equipe caiu de pé. A ponto de o técnico palmeirense Cuca exaltar a equipe aurinegra e dizer que é melhor do que o River Plate do Uruguai, que disputou a Copa Libertadores nesta temporada no grupo alviverde.

Sérgio Soares seguiu seu caminho para o Ceará, deixando as portas abertas e expectativa que retorne para comandar a equipe na temporada 2017, quando o Tigre promete garras ainda mais afiadas e planos sempre ambiciosos.




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