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PAC Alvarenga avança com lentidão em São Bernardo
Natália Scarabotto
especial para o Diário
01/04/2016 | 07:00
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Há seis anos, população espera 878 unidades habitacionais do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Alvarenga, em área de manancial de São Bernardo. O projeto prevê urbanizar quatro assentamentos precários: Sítio Bom Jesus, Divineia/Pantanal, Jardim Ipê e Alvarenga Peixoto. Enquanto as obras não são concluídas, 2.136 pessoas retiradas de suas casas enfrentam dificuldades.

Um ano após o Diário visitar o local, a obra do Sítio Bom Jesus foi a única que andou. Do total de 344 apartamentos, 304 foram entregues. Outras 40 unidades ficam prontas até junho, segundo a Prefeitura.

Enquanto isso não acontece, munícipes tentam sobreviver com o auxílio-aluguel de R$ 315. “A situação está complicada. Meus filhos completam o valor mensal da casa, que é de R$ 800. Além disso, gasto R$ 500 com remédios”, conta a aposentada Antônia Benvindo da Costa, 61 anos.

Já a construção do Divineia/Pantanal está abandonada. No ano passado, a obra, que prevê 404 unidades habitacionais, ficou paralisada de março a novembro. Até agora apenas o esqueleto foi erguido.

A situação é ainda pior no Alvarenga Peixoto, onde o projeto prevê a construção de 344 habitações, e no Jardim Ipê, com 70 unidades. Desde 2006, os terrenos estão cheios de entulho e mato alto.

A aposentada Fátima Regina Campos da Silva, 46, não consegue pagar nenhum imóvel com o valor do auxílio-aluguel. Para não ficar na rua, está há três anos vivendo em um cômodo nos fundos da casa da mãe. “É muito triste. O quarto é mofado, tem infiltração na parede, não dá nem para deixar comida fora da geladeira que estraga rápido. Já tenho problema de saúde, não aguento ficar assim. Preferia voltar para o meu barraco (que foi desapropriado pela Prefeitura).”

Segundo a administração, o atraso nas obras é consequência das dificuldades financeiras e operacionais da empresa H.Guedes Engenharia, que ganhou a licitação em 2006.

Com a situação, São Bernardo decidiu fazer a reprogramação do contrato com a Caixa e migrar a parte não iniciada pela empresa para o Programa Minha Casa, Minha Vida.

Durante o tempo de aprovação da reprogramação, a H.Guedes aprofundou sua crise financeira e quebrou o contrato que garantia a entrega das obras já iniciadas. Apenas as 40 unidades do Sítio Bom Jesus serão concluídas.

A Prefeitura aguarda autorização do Ministério das Cidades para publicar a licitação de todas as obras remanescentes para conclusão do Projeto. O investimento total é de R$ 70,9 milhões, sendo R$ 38,8 milhões repasse do governo federal e R$ 32,1 milhões contrapartida municipal.




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