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Av. dos Estados é só
problema para motoristas
Renan Fonseca
Do Diário do Grande ABC
04/03/2011 | 07:41
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Buracos nas pistas, faixas interditadas, bueiros entupidos e canteiros de obras espalhados ao longo do trecho que percorre Santo André. Esses são os mais conhecidos problemas que o motorista enfrenta na Avenida dos Estados. À medida que os anos passam, a avenida se deteriora. Agora, das quatro vias de rodagem, o condutor pode trafegar por apenas duas em alguns trechos. A falta de manutenção remonta à década de 1980.

A canalização do Rio Tamanduateí, que segue em meio à Avenida dos Estados, apresenta desgaste e ameaça não suportar as cheias e a velocidade do afluente. A erosão das margens afeta diretamente as pistas. O asfalto afunda no solo, guias, sarjetas e guard-rails são engolidos pelas crateras e em alguns pontos o desnível chega próximo aos 30 centímetros. A situação é vista em ambos os sentidos.

Em março, uma professora que dirigia pela avenida caiu com seu carro no rio. Ela teve perfuração no tórax. Na época, o Semasa (Serviço de Saneamento Ambiental de Santo André) executava obras de reparo em trechos da pista, que cedeu por conta das chuvas.

O tráfego é prejudicado também pelos bueiros e bocas de lobo entupidos. Basta alguns minutos de chuva para que grandes poças surjam, indicando o alagamento completo da avenida.

Próximo à divisa de São Caetano e Santo André, carros formam fila à direita da pista - para quem trafega no sentido São Paulo-Mauá. Caminhões, veículos leves e até motos ficam parados. E nem sinal de fiscalização.

Em 21 de abril de 1985, a descrição da Avenida dos Estados feita pelo Diário em nada difere dos dias atuais. Naquela época, acidentes com carros que caíam no leito do Tamanduateí já eram comuns. Faltava sinalização e iluminação pública. Hoje, todos os cruzamentos possuem sinalização eletrônica e radares. Mas a pista ainda continua frágil às chuvas.

Na madrugada de ontem, o asfalto em duas pontes da rotatória na Avenida Antônio Cardoso cedeu. O local foi interditado.

 

OBSTÁCULOS

Em pontos da Avenida dos Estados a atenção do motorista deve ser redobrada. Canteiros de obras tomam faixas e afunilam o trânsito.

Na região do bairro Capuava, em Santo André, o Polo Petroquímico e Sabesp (Companhia de Saneamento Ambiental de São Paulo) instalam dutos para passagem de água de reúso. As intervenções duram até o fim deste ano.

Obras do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) também atrapalham o trânsito na avenida. Procurado, o órgão não repassou qualquer informação sobre as atividades.

A Prefeitura de Santo André informou que fiscais de trânsito monitoram os locais de obras durante as 24 horas do dia. Porém, nada respondeu sobre a fiscalização com relação aos veículos que estacionam em trechos da avenida.

As dores de cabeça de quem passa diariamente pela via

 

A Avenida dos Estados deveria ser corredor de acesso rápido entre o Grande ABC e Capital. Mas quem passa diariamente pela via discorda dessa premissa. Engarrafamentos, alagamentos, estresse e desgaste prematuro de peças do carro. É isso que ganha o condutor que é obrigado a usar a via.

“Quando começa a chover, é praticamente impossível usar a Avenida dos Estados. E quando o tempo está bom, os estragos no asfalto fazem o trânsito ficar muito lento”, disse o motorista Paulo Silas Pereira, 29 anos.

O vendedor Sérgio Macedo Moraes, 30, já conhece as rotas de fuga para evitar a Avenida dos Estados. “Não dá para ficar parado no trânsito. E mesmo quando a fila anda, a gente tem que ficar esperto com as máquinas que estão trabalhando.”

Os viadutos de acesso à avenida por Santo André também são criticados. “Como se não bastassem os defeitos da avenida, a Prefeitura interditou o viaduto do Centro (Adib Chammas) e a gente tem que ficar procurando rotas alternativas”, comentou o também motorista Sérgio Castilho, 54 anos. “Tem que andar devagar na avenida para não estragar o carro”, disse.

O Adib Chammas está passando por obras de melhorias na estrutura. O acesso bairro-Centro vai ser interditado a partir de amanhã e segue fechado nos próximos 18 dias.

O responsável pela manutenção das margens do Rio Tamanduateí é o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), do governo do Estado.

O departamento foi procurado, mas não informou quando deve executar obras de melhorias nas margens do rio. A mesma postura foi adotada outras vezes pelo Daee na década de 1980.

Contudo, em 2010 o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) investiu do próprio bolso mais de R$ 15 milhões na recuperação dos barrancos.

A autarquia informou que aguarda o reembolso de R$ 15 milhões prometido pelo Estado, referentes às intervenções. Outras obras dependem de convênio com o Estado, conforme o Semasa.

 




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