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Motorista é morto após evitar assalto
Rogério Gatti
Do Diário do Grande ABC
14/03/2007 | 23:14
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O motorista de ônibus Adílson da Silva, 36 anos, foi morto em uma tentativa de assalto na Vila Suíça, em Santo André, terça-feira por volta das 21h30. Ele se recusou a abrir a porta para dois rapazes entrarem e foi baleado. Mesmo ferido nas costas, Silva ainda dirigiu cerca de 300 metros antes de perder os sentidos.

O crime ocorreu na Rua Hércules quando o motorista da Viação Padroeira parou num ponto de ônibus para alguns passageiros descerem. Dois rapazes tentaram entrar pela porta da frente do veículo e o motorista teria dito que eles deveriam entrar por trás.

Quando os dois tentaram entrar pela porta de trás, Silva, já suspeitando que tratava-se de um assalto, acelerou e continuou o trajeto.

A menos de um quilômetro da Rua Hércules, num ponto na Rua Junina, Silva quase foi abordado por outros dois homens, que deram sinal. De novo, desconfiado, Silva não parou. Mas quando chegou na Rua dos Dominicanos, os dois rapazes da primeira abordagem o esperavam no ponto de ônibus. Silva parou para passageiros descerem e um dos homens foi até a sua janela. Armado, teria gritado: “Aí motorista, por que não abriu a porta? Vai abrir é agora”.

A vítima tentou acalmar o criminoso, mas ele disparou um tiro que atravessou a lataria do ônibus, o banco e acertou as costas do motorista. O homem subiu numa moto e saiu em disparada. Silva dirigiu até um carro da Polícia Militar, na Estrada do Pedroso.

Funcionários da Viação Padroeira reclamam da falta de segurança na linha B-47, que corta a Vila Suíça. “Ninguém quer dirigir nessa linha. A empresa faz rodízio entre os motoristas, mas tem gente que prefere ser demitido do que pegar esse trecho”, contou um motorista que conhecia Adílson e preferiu não se identificar. “Toda semana um é assaltado lá.”

Depois do crime, os funciojnários que fazem a linha informaram a direção da Viação Padroeira que vão deixar de passar pelos trechos dentro da Vila Suíça, principalmente as ruas dos Dominicanos, Eneida, Junina e Hércules. Ameaçaram ainda a se recusar a trabalhar na linha.

Segundo o diretor da Viação Padroeira, Ozias Vaz, a empresa reconhece a alta incidência de roubos na linha “Todos os assaltos que sofremos desde 2006 foram nessas quatro ruas”, admite.

Quanto ao boicote, Vaz acha que o problema terá que ser resolvido de outra forma. “Se eles pararem, mais de 500 pessoas vão ficar sem transporte. Nós já colocamos seguranças particulares para observar os carros dessa linha e pedimos atenção especial da Polícia Militar, que já aumentou o patrulhamento no bairro.” A polícia confirmou o patrulhamento reforçado no local.

Na hora do enterro, nesta quarta às 15h, os motoristas da linha não circularam. Às 18h, 40 funcionários fizeram passeata no Centro de Santo André pedindo mais segurança.



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