A primeira turma de mulheres da Força Tática da Polícia Militar no Estado de São Paulo foi formada sexta-feira no Grande ABC. A turma passará a integrar o policiamento de rua a partir de sábado. São 32 soldados e cabos e uma sargento, que atuaram espalhadas pelos seis batalhões de polícia responsáveis pelo Grande ABC.

A cerimônia de formatura das mulheres da Força Tática ocorreu no CPA-M/6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitano 6), o local de comando da PM na região, localizado na Vila Alpina, em Santo André.

A Força Tática efetua um patrulhamento diferenciado, atendendo ocorrências que ainda estão em andamento (confronto com criminosos) e situações de distúrbios civis, como reintegrações de posse. É um serviço pesado, que exige dos policiais um treinamento especial.

O chefe da divisão operacional do CPA-M/6, coronel José Quessada Farina, afirmou que as mulheres têm dificuldades em pontos desse serviço, como aqueles que exigem maior força muscular. Mas apontou vantagens do policiamento feminino. “As estatísticas dizem que as mulheres são infinitamente menos corruptíveis que os homens. Além disso, elas têm uma tendência bem menor à violência gratuita, uma vez que elas têm menos testosterona correndo”, afirmou.

O comando prevê algumas dificuldades iniciais no relacionamento das soldados com os colegas homens. “O homem tende a defender excessivamente a mulher. Precisamos que eles as vejam como soldados, que precisam apenas da cobertura que um policial homem teria”, diz Quessada.

Já as soldados não vêem problemas com o trabalho ou com os colegas de farda. Algumas delas foram convocadas, mas metade foi voluntariamente para a Força Tática. As PMs têm, no mínimo, cinco anos de corporação. O único ponto que impede que o número de mulheres na PM seja maior, segundo o coronel Quessada, é a licença maternidade. “Elas precisam se afastar por muito tempo, o que poderia comprometer o patrulhamento.” Senão, os números de homens e mulheres poderiam ser iguais.