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Moradores do Centreville
ainda vivem na incerteza
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
09/08/2011 | 07:11
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Prometido pelo governo do Estado para ter início em abril, o levantamento socioeconômico do Centreville, uma das etapas do processo de regularização fundiária do bairro em Santo André, ainda não saiu da fase inicial. Isso significa que as cerca de 5.000 pessoas que vivem no bairro ainda não sabem como será o futuro.

Ex-presidente e hoje advogado da Associação dos Moradores de Centreville, Adonis Bernardes afirmou que a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano fez apenas a preparação do estudo.

"Mas ainda não fizeram as visitas com o questionário sobre as condições sociais das famílias e a localização dos imóveis", contou Bernardes.

Embora a ocupação tenha quase três décadas, a pesquisa é necessária porque as autoridades não sabem ao certo quantas famílias estão no bairro e o número de casas.

"Estamos falando de algo entre 800 e 1.000 imóveis e cerca de 5.000 pessoas. Eram 563 os terrenos originários do condomínio, mas alguns foram divididos e têm hoje mais de uma construção no mesmo lote."

Segundo Bernardes, esse universo pode ser maior se for colocada na mesma conta a região que se desenvolveu no entorno do Centreville, em área que pertencia ao empreendimento, mas não é de propriedade da CDHU.

A análise da população é que vai indicar quais investimentos poderão ser realizados e como funcionará a negociação para regulização e entrega dos títulos aos moradores.

O risco de despejos foi afastado, segundo Adonis: "Entendemos que existe intenção em se buscar solução, mas é lógico que não pode ser moroso demais."

Presidente da comissão parlamentar que acompanha o processo de regularização, o vereador Tiago Nogueira (PT) solicitou mais uma reunião com a CDHU. "Como nada do prometido foi feito até o momento, queremos uma estratégia melhor", afirmou. A companhia estadual foi procurada pelo Diário e informou que vai se pronunciar nos próximos dias. (Colaborou Renan Fonseca)

 

Bairro deveria ser um condomínio de residências luxuosas

 

Planejado para ser um condomínio residencial de luxo, como Alphaville, entre Barueri e Santana de Parnaíba, na Região Metropolitana de São Paulo, o projeto do Centreville em Santo André afundou no meio do caminho.

A falência das empresas que tocavam a obra fez a construção dos imóveis ser interrompida. Abandonados, os terrenos e os casarões foram ocupados por centenas de famílias em duas investidas, a primeira em julho de 1982.

A chegada dos moradores trouxe a necessidade de mais infraestrutura, como a abertura de ruas, a instalação de rede elétrica e a construção de unidades de Saúde e de Educação.

Mesmo com as características de um bairro como os outros, no Centreville, as famílias não têm escritura dos imóveis que ocuparam e que hoje pertencem ao Estado.

O vereador Tiago Nogueira (PT) e o advogado da Associação dos Moradores de Centreville, Adonis Bernardes, defendem que a CDHU deveria fazer a venda simbólica das residências e que as famílias paguem pela moradia de acordo com a renda. (André Vieira e Renan Fonseca)




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