Cultura & Lazer Titulo
É tudo Verdade terá todas as sessões gratuitas
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
14/04/2002 | 17:22
Compartilhar notícia


A partir desta segunda-feira, o É Tudo Verdade – 7º Festival Internacional de Documentários é fato em São Paulo. Às 21h, no Cinesesc, uma sessão fechada para convidados abre a programação da sétima edição do evento dirigido por Amir Labaki. Os convivas da noite terão acesso a duas obras que agrilhoam a realidade pós-trauma – Reflexão 2001, do sueco Jan Troell, e Berlim – Sinfonia de uma Metrópole, de Thomas Schadt.

O público vê o É Tudo Verdade a partir desta terça-feira, em cinco salas de São Paulo, com todas as sessões gratuitas. A dica do dia fica com Samba Riachão, exibido às 18h30 no Centro Cultural Banco do Brasil. O documentário de Jorge Alfredo dividiu com Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho, o Candango de melhor filme no último Festival de Brasília e retrata o sambista Riachão, figura baiana celebrada por Cássia Eller, Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Vale dizer que este Berlim – Sinfonia de uma Metrópole, que será exibido ao público nesta terça-feira, 19h, no Centro Cultural São Paulo, não é o retrato da urbe que urge, feito em 1927 pelo alemão Walter Ruttman. É uma releitura de 80 minutos assinada por seu patrício Schadt.

Ruttman fez seu Berlim na Alemanha dos anos 20. Portanto, não há miopia que não enxergue as evidências do expressionismo que fez dos filmes germânicos um capítulo à parte na história do cinema. Esperto, Ruttman chamou Carl Mayer (roteirista de O Gabinete do Dr. Caligari) e Karl Freund (fotógrafo de Metrópolis) para a empreitada e saiu ganhando na súmula – Berlim é tão essencial para o documentário como o olho-câmera do russo Dziga Vertov.

A melodia de fotos refeita por Schadt em 2002 abrange a paisagem nova da capital alemã. Habitantes e arquitetura constituem a nova Berlim que Ruttman não viu. A Berlim corada pelos atos nazistas, a Berlim que pisoteia as ruínas do muro, a Berlim arregimentada pela Comunidade Européia.

Reflexão 2001, o curta que precede a exibição de Berlim, é obra do sueco Troell. Suécia é o pedaço de terra de onde saiu Ingmar Bergman. Troell lembrou disso e fez carreira com o díptico Os Emigrantes e O Preço do Triunfo, filmes cujo elenco trazia Max Von Sydow e Liv Ullman, colaboradores intensos de Bergman.

A fase documental de Troell se dá em Reflexão, filme no qual sete minutos funcionam como a marcha fúnebre do World Trade Center, o prédio nova-iorquino desintegrado depois de 11 de setembro. Traumático, para dizer o mínimo.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;