Zezinho, um homem que gosta de usar correntes e pulseiras douradas e esconde a calvície com uma peruca cor de caju, ameaçava a mulher há cerca de uma semana com supostas fotografias em que ela estaria traindo o marido com outro homem. Ela registrou a extorsão na delegacia na quinta-feira, e os policiais passaram a monitorar o caso, prendendo Lima no instante em que recebia R$ 5 mil e dois cheques pré-datados de R$ 3,2 mil cada.

De acordo com o chefe dos investigadores do 4º DP, Marcos Manzutti, o detetive argumentava que usaria o dinheiro para cobrir as despesas que teve ao espionar a comerciante. “Ele começou a ligar para a vítima na semana passada e já haviam até se encontrado, quando ele praticou a extorsão contra ela pela primeira vez”, disse Manzutti. “Além do dinheiro que estava tomando dela, vai ter de explicar a origem de outros R$ 11 mil que carregava”.

Nesta sexta, por volta das 16h, Lima e E. se encontraram em um café na rua Senador Fláquer. Logo que a mulher entregou o dinheiro ao criminoso, quatro policiais o prenderam. Zezinho do Ouro resistiu e tentou fugir, mas acabou levado para a delegacia.

José Vieira Lima possui dez passagens policiais, por porte ilegal de arma, falsificação de documento e agressão, entre outros crimes.

Juvenal Marques da Silva, 35 anos, foi indiciado como co-autor da tentativa de extorsão. O delegado Marcos Cattani, baseado no depoimento dado pela mulher – em que ela afirmou que Juvenal não fez ameaças e nem exigiu dinheiro em nenhum momento –, determinou que ele responda ao processo em liberdade. Juvenal deve prestar depoimento na próxima quarta-feira. “Não sabia que ele estava tentando tomar dinheiro da moça, e trabalho com ele há alguns meses”, disse Juvenal, que se apresentou espontaneamente na delegacia.

Zezinho do Ouro é detetive particular há mais de 20 anos, com escritório na rua Senador Fláquer, no Centro de Santo André. Ele foi encaminhado na noite desta sexta para a Cadeia Pública da cidade.