Setecidades Titulo
Sto.André tem mais duas escolas invadidas
Gabriel Batista
Do Diário do Grande ABC
14/04/2005 | 13:40
Compartilhar notícia


O monitoramento instalado há dois anos pela Prefeitura de Santo André nas escolas municipais não conseguiu flagrar pelo menos três invasões seguidas de furto e vandalismo no último fim de semana. O sistema eletrônico e a ronda da Guarda Municipal são os únicos mecanismos de segurança mantidos pela Prefeitura nas 90 escolas municipais da cidade. As seis viaturas da Guarda destinadas ao trabalho estão comprometidas também com a vigilância de postos de saúde, áreas sujeitas a invasões, cemitérios e velórios, além do Parque Central, ainda em obras, como admitiu quarta-feira o comandante da corporação, José Renato Silva.

Na edição de quarta-feira, o Diário noticiou o saque à Emeief Cecília Maria, na Vila Helena. A escola teve toda a aparelhagem eletrônica levada por criminosos. Mas quarta-feira a reportagem descobriu que outras duas escolas municipais foram invadidas no mesmo fim de semana: as Emeiefs Prof. Yvonne Zahir (Jardim Las Vegas) e Elizabete Leonardi (Vila Guarani). O monitoramento, munido de botão antipânico e sensores que detectam movimentos, não foi suficiente em nenhum desses casos. A ronda da Guarda, idem.

A Prefeitura de Santo André afirma que houve apenas tentativa de furto nas escolas do Jardim Las Vegas e Vila Guarani, e que os guardas municipais foram acionados logo em seguida. “O que ocorreu é que tentaram entrar nas unidades no fim de semana e o sistema funcionou, o alarme foi acionado e os ladrões fugiram antes da chegada da Guarda Municipal”, foi a resposta oficial da administração municipal. Mas as diretorias das escolas confirmam os roubos. Três boletins de ocorrência foram registrados no 3º DP da cidade, detalhados com listas de objetos roubados. Nos BOs não foi informado o horário exato dos crimes. Evidência de que a Guarda não soube detalhar o momento da invasão.

A Prefeitura cita o sistema de câmeras e acessórios como ferramenta que dispensa a presença de vigilantes. Há cerca de 20 dias, rompeu contrato com a empresa Officio, que fornecia esses profissionais.   Os guardas particulares da Officio trabalhavam desarmados, e não conseguiram evitar algumas invasões. A Prefeitura, portanto, excluiu o serviço e em troca afirma ter aumentado de quatro para seis o número de viaturas na ronda escolar.

Casos – Na Emeief Prof. Yvonne Zahir, no Jardim Las Vegas, os ladrões arrombaram a porta de uma classe e levaram livros e outros materiais didáticos de alunos e uma professora. Também bagunçaram a sala de aula, espalharam sabonete por todos os cantos. “Foi isso, já avisamos a polícia”, confirmou a diretora Rosana Dellalibera Vieira Goduto. Ela também afirmou que essa não foi a primeira vez que invadiram a escola neste ano. O boletim de ocorrência 1.244 do 3º DP informa que o crime foi cometido na manhã de segunda-feira.

A escola parece não ter comentado o episódio com os pais dos alunos. “Coversei com a diretoria quarta-feira ou terça-feira (segunda ou terça-feira) e não me falaram nada”, diz a dona-de-casa Ivone Feliciano, 49 anos, avó da aluna Khetlyn, 5. Ivone integra o conselho de mães da escola.

Uma outra dona-de-casa, Neves Ximenes de Castro, 41, também foi surpreendida pela informação. Ela reside na frente da Emeief, mas faz questão de levar e buscar dentro da escola a filha Adriana Regina, 8 anos. “Não fiquei sabendo, ninguém falou nada. Morro de medo de seqüestros de criança, e olha que ainda moro de frente para o portão principal. Imagine as mães que não podem ficar de olho?”

Duas professoras que conversaram com a reportagem afirmaram que as câmeras e os sensores que deveriam captar a presença de intrusos durante a noite não cobrem pelo menos oito classes. Segundo elas, os ladrões pularam o muro na altura do portão da garagem e foram numa sala desprotegida. “O sistema não pegou nada.” A filmagem e os sensores são observados 24h numa central da Prefeitura. Durante o dia, um botão antipânico é disponibilizado aos funcionários. Instrumento que, quando acionado, tem de ser percebido na mesma central. As professoras pediram para não se identificar. “Senão somos suspensas”, afirmam.

Na Emeief Elizabete Leonardi, na Vila Guarani, os criminosos invadiram a escola na madrugada de segunda-feira. Furtaram uma pia de aço inox de 3 x 0,5 m que ficava no pátio. A escola é ladeada por um muro que, ao lado do portão principal, chega a medir apenas 1 m de altura. “O monitoramento não pega a parte do pátio, mas, se alguém entrar no prédio, com certeza será percebido”, diz a coordenadora de serviço educacional Adriana Rieger. A reportagem entrou na escola e foi até as salas sem ter sido percebida por funcionários.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;