Cultura & Lazer Titulo Indicado ao Oscar
‘A Garota Dinamarquesa’ traz surpreendente história de amor

Indicado ao Oscar, longa-metragem resgata primórdios da cirurgia de readequação de sexo

Vanessa Ratti
Especial para o Diário
12/02/2016 | 07:00
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Divulgação


Romances são iguais, com choros e risos, só que não são todos que fazem pensar sobre a vida. Mas A Garota Dinamarquesa tem esse poder. A história de amor inusitada e sem limites – que concorre a quatro estatuetas do Oscar, em ator, atriz coadjuvante, figurino e direção de arte – é boa opção para ir ao cinema no fim de semana, embora só esteja em cartaz na Capital.

O longa é baseado em livro de mesmo nome de David Ebershoff (Editora Fábrica 231, R$ 34,50, em média). Este, por sua vez, mistura personagens reais com situações fictícias. A história é sobre a relação de Gerda Weineger (Alicia Vikander), que prova amar de verdade o marido, Einar Weineger (Eddie Redmayne), quando ele decide fazer cirurgia de readequação de sexo. Ela o apoia mesmo sabendo que o casamento corre risco.

Dirigido por Tom Hooper, o filme é inspirado na cantora Lili Elbe, primeira a fazer cirurgia de readequação de sexo, na década 1930. Lili recorreu à Clínica Municipal Feminina de Dresden, na Alemanha, para concretizar o sonho. A produção traz à tona debate que, desde aquela época, está em pauta: a identidade de gênero. Mesmo com a evolução da sociedade, deve gerar polêmica. É chance para reflexão.

O destaque do filme, além da história emocionante, fica para o ator Eddie Redmayne, que também atuou em A Teoria de Tudo. Em A Garota Dinamarquesa ele deixa o público ainda mais tocado. Eddie fica irreconhecível por trás dos batons, vestidos e panos. Os gestos, olhares e falas são inexplicavelmente surpreendentes. E ela, Alicia, não fica atrás: está deslumbrante.

Em uma das cenas mais emocionantes, Lili acorda na mesa de cirurgia e relembra um sonho. Nele, estava sendo gerada como sempre se sentiu: uma mulher. Outro ponto forte é o cenário. O diretor se inspirou nas pinturas de Hammershoi, artista dinamarquês. Ele replicou o que viu no lar dos protagonistas. A suavidade da luz com sombreado discreto cinza-azulado leva o público a crer que Einar tem vida vazia sem Lili.




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