ouça este conteúdo
|
readme
|
Os jovens de sua idade sempre estranham. “Eles perguntam: ‘De onde vocês tiraram isso?’”, diz o baterista Wander. ‘“É coisa de seus pais?”’, completa o baixista Kleiton. “Não” é a resposta de sempre.
Wander conta que essa paixão pela música dos anos 60 veio por intermédio da Jovem Guarda, movimento diretamente influenciado pela música estrangeira. Ouviram uma versão de Help, dos Beatles, e foram buscar mais do quarteto de Liverpool. Encontraram um verdadeiro paraíso musical, com o qual se identificaram prontamente.
A definição musical veio na segunda fase da banda. Formada em 1996, sofreu uma baixa em 1998, com a saída do tecladista Luciano. Wander convidou o irmão para tomar o posto, como violonista. Detalhe: o garoto tinha 11 anos e sequer sabia segurar o instrumento.
“Tentei o violão mas não agüentei, meus dedos doíam. Era melhor tentar o baixo, até porque ficaria esquisito violão, guitarra e bateria”, diz Kleiton. Quem lhe ensinou foram os colegas de banda. Muito exigentes, por sinal. “O Wander era bravo, vixe!”, afirma, com seu jeito tímido. O mais velho fez três anos de bateria em uma escola, onde aprendeu também a ler partitura. O guitarrista Gerlandes estudou alguns meses na escola e recebeu toques do pai George Mateus de Oliveira, que é trombonista e também regente de coral.
A essa altura, os pais não se preocupavam com o que parecia ser apenas brincadeira de meninos. Mas Wander e Gerlandes pediram demissão de seus empregos várias vezes para se dedicar à música. Na verdade, arrumavam trabalho só para levantar dinheiro para investir em instrumentos.
Os pais de Gerlandes “não apoiavam nem reprovavam” os projetos do garoto. Mas os Sabaini, que sempre viram os seus “trabalhando em firmas”, ficaram apavorados só de pensar na instabilidade da profissão de músico.
E foi justamente com a música-desabafo Firma que eles conquistaram o segundo lugar em um festival promovido pela Firestone, no ano passado. Venderam 300 cópias do CD que gravaram e reproduziram de forma caseira. Até os priminhos Gabriel, de 5 anos, e Isabela, de 2, sabem as músicas de cor. O blazer verde de veludo foi feito pela tia de Wander e Kleiton.
De fato, as composições próprias de Os Mharmotas são contagiantes. É um rock básico e alegre, com frescor juvenil. “Nós só não falamos de amor. Está muito desgastado”, diz Gerlandes. Também não falam de política. “As mães dizem que os filhos estão adorando”, afirma Wander. Eles tocaram para a reportagem do Diário músicas muito boas, como a divertida Você Não me Conhece e Palmas, com um refrão algo nonsense.
A música é a cara do trio. Simpáticos e com jeito de bons meninos, eles são disciplinados para ensaiar, gravar e tocar. Fazem shows regados a água e encaram toda vez um carro lotado de equipamentos para ir ao local da apresentação. Eles não se importam: estão fazendo o que gostam. E apostam todas as fichas que um dia serão devidamente reconhecidos.
Os Mharmotas fazem show no próximo domingo (dia 5), às 19h, no Moto Clube Fraternidade (r. Oratório, 3.151), em Santo André, com entrada franca. A agenda deles, aos domingos, está tomada até 2 de novembro. Para saber detalhes, acesse o site www.mharmotas.hpg.com.br
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.