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Banda Marcial Lyra de Mauá é premiada
Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
08/10/2002 | 20:15
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A tradicional e premiadíssima Banda Marcial Lyra de Mauá agora está de roupas e sapatos novos e com mais um troféu na mão. A corporação musical sagrou-se campeã do X Campeonato Nacional de Bandas e Fanfarras, na categoria juvenil, composta por integrantes nascidos a partir de 1980.

A competição, organizada pela Confederação Nacional de Bandas e Fanfarras, tem diversas categorias técnicas e ainda está em andamento. Já aconteceu em Campo dos Goytacazes (RJ) e Taubaté (SP) e continua em Triunfo (RS). A categoria Marcial, vencida pela Lyra, teve disputa em Taubaté.

“O campeonato foi dos mais difíceis que já participamos, mas ganhamos o título na categoria juvenil e também no geral, superando a categoria sênior”, diz Carlos Binder, 43 anos, que divide a regência da Lyra com Marim Meira, 22.

Hoje a banda tem mais de 150 integrantes, com idades que variam dos 11 aos 27 anos. São 120 músicos de metais e percussão, 40 garotas na linha de frente e outras quatro nas balizas.

As atividades, como aulas teóricas e práticas de música e participação em campeonatos, só são possíveis graças a três patrocinadores: Coop (Cooperativa de Consumo), de Santo André; Lara Comércio e Prestação de Serviços Ltda., de Mauá; e Qualicorp Consultoria e Corretora de Seguros Ltda., de São Paulo.

No total, as três empresas arcam com o patrocínio de R$ 3,5 mil mensais. “Esse montante garante a manutenção da banda. Mas, se precisarmos adquirir instrumentos, com essa verba não dá”, afirma Binder. O transporte para a disputa de campeonatos é bancado pela Prefeitura de Mauá.

Além disso, a corporação musical realiza, por exemplo, bingos e chás beneficentes para arrecadar verba. O aluguel do salão da sede da Lyra para eventos garante mais um pouco de dinheiro.

Mutirão – Para a confecção das novas roupas, a Coop doou o tecido. Já os sapatos foram comprados com verba de doações da comunidade de Mauá. São 160 uniformes e 165 pares de sapato, todos recém-estreados. “Além da questão psicológica, porque tocar com roupa velha em meio a outras bandas bem vestidas não é fácil, tem o lado que entra na disputa. As roupas contam ponto, não os aspectos luxuosos, mas a uniformidade”, diz Binder.

Os 200 uniformes antigos, usados há seis anos, agora serão doados a uma banda marcial de Brasília, composta por usuários da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).

Segundo o maestro Binder, o trabalho desenvolvido na Lyra vai além da questão musical. “A maioria dos jovens que atendemos são da periferia de Mauá, de origem humilde. Utilizamos a banda como instrumento de resgate da cidadania, pois sabemos dos problemas sociais que a cidade enfrenta. Na Lyra, eles aprendem música, seguem a disciplina. Quer dizer, acabam tendo um suporte no que diz respeito à educação”.

“Os jovens da banda ainda têm a possibilidade de seguir uma carreira musical. O trombonista Marim Meira, por exemplo, que hoje também é regente da Lyra, atualmente é integrante da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo e da Orquestra Sinfônica de São André. Ele começou com a gente, em 1986, quando tinha 6 anos”, diz Binder.

Uma boa oportunidade para conhecer o trabalho da Lyra é no próximo sábado, às 10h, no Paço Municipal de Mauá. Na ocasião, a banda se apresentará com entrada franca. A corporação oferece aulas musicais gratuitas para interessados de 10 a 18 anos. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 4543-1533.




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