Ele foi detido por guardas municipais que trabalham como seguranças patrimoniais na Prefeitura, depois de correr pela garagem gritando: “A arma disparou. A arma disparou”. Antes, porém, os mesmos guardas prestaram socorro a Ramos, que ficou caído atrás do carro da secretaria, costumeiramente usado por Farias. Ramos foi levado por uma ambulância até o CHM (Centro Hospitalar Municipal), onde permanece internado em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Não foi possível fazer uma cirurgia para retirada da bala e a vítima respira com ajuda de aparelhos.
Apesar da prisão em flagrante do motorista, o crime permanece repleto de mistério. Nenhuma pessoa que estava na garagem quando Ramos foi baleado afirma ter visto alguma coisa. Em virtude de não ser horário de início de turno, pouca gente estava no local.
Ainda na garagem, o motorista teria dito aos guardas municipais que mostrava a pistola para a vítima quando esta disparou, acidentalmente. Essa primeira versão, rica em detalhes, ainda informava que a arma estava sem o pente e, por descuido de Farias, um projétil permanecera alojado na câmara da pistola, o que teria provocado o disparo involuntário.
No 1º Distrito Policial, o motorista prestou depoimento e afirmou que o acidente ocorreu quando limpava um tapete do Gol usado pela Secretaria de Inclusão Social e Habitação. Ainda segundo Farias, a pistola estava enrolada nesse tapete e caiu. Antes que ela atingisse o chão, o motorista teria conseguido apanhá-la, sem, no entanto, impedir o disparo.
Essa hipótese não convenceu o delegado plantonista Percy de Souza Ramos, que pediu exames periciais complementares para o IC (Instituto de Criminalística) da cidade, a serem definidos ao longo da investigação do caso. Nesta segunda, exames residuográficos foram feitos nas mãos de Ramos e de Farias.
O motorista foi indiciado, com base no Estatuto do Desarmamento, por porte ilegal de arma, disparo de arma de fogo e lesão corporal culposa. “Caso a vítima venha a falecer, o que esperamos não acontecer, ele (Farias) poderá responder por homicídio culposo”, disse o delegado.
Em nota à imprensa, a Prefeitura de Santo André afirmou que o motorista está afastado de suas funções e que vai responder a um processo administrativo disciplinar, que, depois de terminado, prevê como pena máxima a demissão por justa causa.
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