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Polícia indicia nove por morte de jovem em rave
Guilherme Russo
Do Diário do Grande ABC
09/11/2009 | 07:31
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Nario Barbosa/DGABC


A Polícia Civil de Santana do Parnaíba (Grande São Paulo) indiciou nove funcionários e responsáveis por empresas que compõem o Grupo No Limits por homicídio culposo (sem intenção). Em uma festa rave organizada dia 26 abril do ano passado pelo grupo de Pirapora do Bom Jesus (SP), o estudante de Direito Erick Jhonathan Esiquiel, 20 anos, morador de Ribeirão Pires, foi morto.

O delegado Zacarias Katzer Tadros, responsável pelo caso, não tem dúvidas de que, se o evento tivesse sido bem organizado, o jovem não teria sido morto. Ele foi encontrado quatro dias depois da festa, no fundo de um penhasco.

"Com o decorrer do inquérito, ficou claro para mim que os organizadores agiram com negligência e favoreceram o crime", disse o delegado, explicando que os representantes legais, coordenadores e supervisores de segurança do Grupo No Limits e de outras três empresas que organizaram esta edição da rave Tribe são os indiciados.

Na sexta-feira, o Diário procurou, pelo telefone, os organizadores da festa. Mas escutou que apenas hoje algum responsável poderia comentar o assunto.

Segundo o delegado, pelo menos 20 dos 159 seguranças contratados para o evento tinham passagens na polícia por crimes hediondos, como estupro, homicídio, tráfico de drogas e roubo a mão armada.

Tadros marcou para esta quinta-feira duas reconstituições da morte do jovem. Em uma, ele usará a versão dos quatro seguranças suspeitos de matá-lo. Na outra, há a versão de uma testemunha que tem a identidade protegida.

O delegado contou que, segundo sua apuração, um dos suspeitos deu um golpe de artes marciais no rapaz que provocou-lhe uma fratura exposta. Esiquiel sangrou até a morte. Segundo Tadros, o jovem foi abandonado antes de morrer. Depois, o corpo foi escondido e desovado no penhasco.

Tudo começou com uma discussão em um dos banheiros da festa. Tadros já sabe quem deu o golpe fatal no jovem e está apurando a participação de outros três seguranças como co-autores do crime.

Pai de jovem quer R$ 12 milhões de indenização

O pai do jovem Erick Jhonathan Esiquiel contou na sexta-feira que está acabando os últimos detalhes de uma ação judicial que exigirá R$ 12 milhões dos organizadores da festa em que seu filho foi morto.

"Ele estava decolando na carreira (de advogado). Estaria ganhando R$ 15 mil por mês hoje, se estivesse vivo", disse Almir Dias Esiquiel, 44 anos, lembrando que seu filho fazia estágio na área jurídica de uma multinacional por conta do inglês fluente que falava.

No ano passado, a família de Erick iniciou um movimento contra a realização de festas rave. Tanto o pai do rapaz quanto a mãe, Maria Eunice Esiquiel, 41, não permitiam que o filho frequentasse eventos do gênero, pois ambos consideram que se usa muita droga nessas festas. A campanha começou em maio de 2008, com a colocação de faixas nas principais vias de acesso a Mauá e Ribeirão Pires. (Guilherme Russo)




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