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Príncipe Paulinho da Viola
Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
22/03/2010 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Paulinho da Viola bem que poderia ocupar o lugar de rei do samba, mas carrega mesmo é o título de príncipe, como visto na apresentação do show baseado em seu Acústico MTV, gravado em 2007 e reapresentado no último sábado, no Credicard Hall, em São Paulo.

A alcunha não vem à toa. É nítido que sua história musical o coloca entre os ‘sangue azul' do tipo musical mais brasileiro, mas é sua elegância, o jeito sereno e tímido, que o identificam como príncipe, que não tem a tirania dos reis.

E o sambista mostra que é dono de um reino muito particular do samba. Com o cavaquinho e o violão em punho, exprime nuances rítmicas que nenhuma outra pessoa sabe explorar.

A banda formada para acompanhá-lo, que conta com João Rabello e Beatriz Baptista, filhos de Paulinho, no violão e no coro, respectivamente, traz sopro, bateria, percussão e teclados, o que dá ainda mais sustança à sua música, como se vê em Sinal Fechado, pontuada pelos dois acordes do violão de Paulinho, que às vezes suavizam e outrora enfatizam o clima denso da letra, envolvida pela flauta de Mário Sève.

Cavaquinho ou violão na mão do cantor, é como um cetro, que comanda a apoteose dos outros instrumentos ou faz prevalecer a suavidade em canções como Para Um Amor no Recife.

Sem contar o resto do repertório, formado por clássicos de sua carreira, como Timoneiro, Coração Leviano, Pecado Capital, Foi Um Rio que Passou em Minha Vida etc.

Em certo momento, ele declarou que não é fácil compôr. Contou ter recebido uma melodia de Eduardo Gudin e que demorou dez anos para pôr letra nela, que virou Ainda Mais. Comparou com uns arranjos que enviou para Marisa Monte, para que ela entregasse a Arnaldo Antunes para escrever em cima. Demorou apenas três dias para que ele, em parceria com Marisa, entregasse a letra de Talismã. "Quer dizer...três dias, e dez anos", brincou.

Ainda, reproduziu a Canção Para Maria, a primeira parceria que fez com Capinan, gravado em um compacto, em 1966, e raramente revisitada por Paulinho. Outro brinde foi Nervos de Aço, de Lupicínio Rodrigues.




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