Setecidades Titulo São Bernardo
Prédio de R$ 12,3 mi continua ocioso

Justiça do Trabalho de São Bernardo comprou imóvel no
Baeta Neves há dois anos, mas continua pagando aluguel

Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
24/01/2012 | 07:00
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Fernando Nonato/DGABC


O imponente prédio da Justiça do Trabalho que custou R$ 12,3 milhões à União, no bairro Baeta Neves, em São Bernardo, continua desocupado. Ao mesmo tempo, o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo desembolsa, por mês, R$ 38.793,94, no imóvel alugado desde 2000, na Rua Marechal Deodoro, 1.928, região central da cidade. Agora, a previsão de mudança, segundo o órgão, é abril.

O prazo é motivo de dúvida para funcionários, juízes e advogados que frequentam diariamente o atual endereço do Fórum Trabalhista Juiz José Amorim. "Será mesmo?", ironizou uma advogada, ontem à tarde, quando informada pela equipe do Diário.

A mudança para o prédio definitivo se transformou em novela que se arrasta há três anos. A última transferência anunciada e marcada pelo TRT-SP, 2ª Região, foi 18 de julho de 2011, o que não ocorreu e provocou reclamações em geral, principalmente da juíza titular da 4ª Vara e diretora do Fórum de São Bernardo, Maria Cristina Xavier Ramos Di Lascio. Procurada ontem no Fórum, a magistrada preferiu não se manifestar.

PROBLEMAS

Cinco meses depois de o Diário ter publicado reportagem a respeito do assunto, nada mudou. O TRT justificou a não mudança para o novo imóvel, até hoje, por conta de "problemas complexos" e que envolvem "soluções técnicas e legais". As irregularidades do prédio, totalmente ocioso na Avenida Getúlio Vargas, 57, no bairro Baeta Neves, são infiltrações nos subsolos. Porém, os reparos ainda não começaram.

O tribunal informou que, "quando tomou conhecimento dos problemas do prédio", encomendou laudo técnico para empresa especializada apontar as obras necessárias. O documento foi entregue no fim de 2011. "A área responsável do TRT finaliza as especificações do novo edital de licitação". Indagada sobre valores da reforma, o órgão respondeu que, "neste momento", ainda não há previsão de custos.

A entrada do público na nova sede da Justiça do Trabalho se dará pela Avenida Getúlilo Vargas. Mas é pela Rua Dr. Baeta Neves, que dá fundos ao prédio de 12 andares, onde está localizada a garagem. No local, seguranças particulares fazem a vigilância do imóvel, que já mostra sinais de abandono na parte externa.

Nos corredores do atual Fórum, avisos informam aos frequentadores que "a mudança de prédio está suspensa até novo comunicado". A maior dúvida, no entanto, é pelo fato de o tribunal ter gasto milhões em um prédio que permanece vazio, enquanto paga considerável valor de aluguel. Se fizéssemos uma projeção com a atual quantia desembolsada pela locação, de janeiro de 2000 até dezembro do ano passado, chegaríamos a R$ 5.120.800.08.

Para o advogado Márcio Caminada, a estrutura do prédio é excelente. "Sou a favor da mudança, desde que sejam sanados os problemas de enchentes nas redondezas". O edifício fica próximo do Paço, região que ficou submersa com as chuvas da semana passada.




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