Setecidades Titulo A partir de 2016
Reorganização da rede estadual já causa divergências

Projeto apresentado prevê distribuição dos alunos nas escolas por ciclo de aprendizado;

Natália Fernandjes
27/09/2015 | 09:12
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Ari Paleta 14/9/15


 A reorganização da rede de ensino público do Estado anunciada semana passada já causa dúvidas e divergências. O projeto prevê a distribuição de alunos nas escolas de acordo com o ciclo de aprendizado: 1º ao 5º ano (crianças com idade entre 6 e 10 anos), 6º ao 9º ano (11 a 14 anos) e Ensino Médio (15 a 18 anos) já a partir de 2016. Na região, são 270 mil estudantes e 335 unidades nas sete cidades.

Conforme a Secretaria Estadual da Educação, o objetivo é que as mudanças colaborem para a melhoria da qualidade do ensino. “Pesquisas mostram que os alunos que estudam em escolas com único ciclo têm rendimento 10% melhor que os que estão em unidades com ciclos misturados”, destaca a dirigente regional de ensino de São Bernardo, Suzana de Oliveira.

A ideia é limitar a quantidade de estudantes por faixa de ensino, sendo 30 do 1º ao 5º ano, 35 do 6º ao 9º e 40 no Ensino Médio, além de adaptar os espaços escolares à faixa etária. Outra meta é fixar o professor numa única escola, o que evita o deslocamento e amplia o tempo de dedicação.

As mudanças serão apresentadas aos pais no dia 14 de novembro em reunião com toda a rede. No entanto, a dirigente já garante que nenhum aluno será transferido para escola mais de 1,5 quilômetro longe de onde estuda atualmente. “É importante que os pais atualizem os cadastros no portal (www.atualizeseusdados.educacao.sp.gov.br) para que façamos o georeferenciamento.”

RESISTÊNCIA

Para o diretor estadual da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) Antonio Jovem, as medidas tendem a “bagunçar” a rede estadual. “Teremos implicações tanto para alunos e familiares quanto professores e gestores”, avalia. Uma das críticas é o fato de a reorganização fazer com que irmãos sejam separados de escola por estarem em ciclos diferentes, o que causaria transtorno aos pais.

Em relação aos docentes, o principal receio é sobre a possibilidade de demissões, tendo em vista a tendência de diminuir o número de coordenadores por escola, segundo Jovem. “Além do desemprego, há os impactos negativos no aprendizado, já que teremos um coordenador para cuidar de grupo maior de alunos.”

A promessa é que haja calendário de ações organizadas pela Apeoesp para demonstrar a indignação frente à proposta do governo. “Não há nenhuma perspectiva positiva. O Estado vai facilitar o processo de municipalização, além de reduzir os gastos com a Educação”, ressalta o diretor.




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