O número de clientes da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) que reduziram o consumo de água e foram bonificados com descontos na conta que variam de 10% a 30% nas quatro cidades da região abastecidas pela empresa teve queda entre julho e agosto: passou de 71,61% para 68,26%. Com isso, o volume de recursos economizados caiu de 1,4 bilhão de litros para 1,1 bilhão.

Embora a população tenha poupado volume de água suficiente para abastecer 29 mil pessoas por dia no período, fica o alerta para a manutenção dos hábitos conscientes de consumo, tendo em vista níveis ainda baixos de armazenamento nos reservatórios Cantareira e Alto Tietê, ressalta o superintendente da unidade de negócio Sul da Sabesp, Roberval Tavares de Souza. “Estamos entrando no período chuvoso do ano, porém, é importante que não se crie falsa ilusão, principalmente no Grande ABC. A Represa Billings está cheia, mas é preciso lembrar que a Região Metropolitana é administrada de forma integrada e tem seis reservatórios.”

Outros 12,15% dos consumidores apresentaram queda no uso de água, porém não conseguiram o bônus em agosto. Em julho, a taxa era de 10,90%. O superintendente ressalta ainda a adesão considerada alta da população nas quatro cidades à campanha. Isso porque o percentual de clientes que reduziram o consumo e também conquistaram o bônus é de 80,41%.

Por outro lado, o levantamento mostra que a quantidade de pessoas que aumentaram o consumo no período passou de 17,48% para 19,59%. Já o percentual de moradores multados subiu dos 10,35% para 12,04% da população atendida pela empresa. Foram 39,3 mil clientes multados no mês passado nas quatro cidades.

Entre abril de 2014 e agosto, a Sabesp arrecadou R$ 22,9 milhões com a aplicação do ônus. A sobretaxa, usada para conscientizar a população, é de 40% sobre o valor da tarifa de água para quem exceder até 20% a média do consumo ou 100% sobre o valor da tarifa de água para quem ultrapassar 20% da média.

Conforme Souza, a maior parte dos clientes que tiveram aumento do consumo corresponde à população de condomínios. “Isso porque não há controle individual”, diz.