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Agendamento gera filas em farmácia

Primeiro dia do esquema no Hospital Mário Covas tem tumulto e demora de até 4 horas

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
15/09/2015 | 07:07
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Denis Maciel/DGABC


No primeiro dia do agendamento com data e hora, a Farmácia de Alto Custo do Hospital Mário Covas, em Santo André, registrou filas e demora de até quatro horas no atendimento. A equipe do Diário esteve no local e constatou que, em 30 minutos, apenas três pessoas foram chamadas para retirar o medicamento. No local, cerca de 200 aguardavam com as suas senhas. O espaço não tinha lugar para todos se sentarem, sendo que muitos idosos esperavam em pé.

A professora Érica Ferreira dos Santos, 33 anos, faltou ao trabalho para buscar remédio contra esquizofrenia para o irmão, que está internado no Hospital Nardini, em Mauá. “Não sabia que eles tinham mudado o sistema, até porque não costumo pegar o remédio aqui. Cheguei por volta das 13h e agora passam das 16h. Falta muito para ser atendida ainda”, disse.

Nelci Seibert Finkler, 48, é mãe de um filho adolescente que sofre de bipolaridade. Ela afirmou que não consegue vir com ele porque o rapaz fica muito nervoso com o descaso.

“São pessoas mais velhas que não têm onde sentar e não há nenhum respeito. Sempre perco muito tempo aqui, mas hoje (ontem) está demais. Ninguém consegue explicar o que está acontecendo”, contou ela, que tinha o horário agendado para as 14h, mas ainda não tinha sido atendida por volta das 16h.

Amanda Viaza Frezato, 38, retira o medicamento para esclerose múltipla há sete anos no Mário Covas. No último mês foi informada de que o sistema seria por agendamento. Após mais de três horas do combinado, ela também não havia retirado o remédio. “Cheguei a ficar oito horas aqui esperando. Pensei que as coisas iam mudar com esse sistema, mas não foi o que aconteceu. A minha única recomendação médica é que eu não passe nervoso e toda vez que venho retirar meus medicamentos, é exatamente o que acontece.”

Conforme a Secretaria de Estado da Saúde, até as 16h de ontem mais de 1.650 pessoas haviam sido atendidas. Desde o início de agosto, pacientes estão sendo comunicados sobre a mudança e as marcações estão sendo realizadas há exato um mês.

A Pasta informou que, para os pacientes que fizeram o procedimento, o tempo máximo de espera foi de uma hora. “O que ocorreu é que muitos não respeitaram as datas e horários marcados e comparecem à farmácia sem agendamento, sobrecarregando o atendimento. Mesmo assim, a unidade não deixou de atender e distribuir os medicamentos, porém, com tempo de espera maior para aqueles sem agendamento.” Os pacientes foram orientados para comparecer nos dias e horários determinados.

O secretário da Pasta, David Uip, afirmou ao Diário no início deste mês que a descentralização na distribuição de remédios de alto custo na região deve ocorrer até o fim do ano. A expectativa é que o procedimento também seja feito pelos AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) de Santo André e Mauá. 




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