Carlos Boschetti Titulo Análise
Supermercado: mude hábitos e pesquise
Carlos Boschetti
27/08/2015 | 07:25
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Nas últimas semanas, abordei neste espaço algumas impressões de um trabalho que venho desenvolvendo acerca da gestão em supermercados, com o objetivo de compartilhá-las do ponto de vista do empreendimento tanto com empresários quanto com consumidores, para que possam olhar para essas empresas com visão mais ampla. Após intenso trabalho de pesquisa dos mais diversos modelos de negócios praticados pelos executivos na gestão de grandes redes de supermercados, concluímos que em todos os processos analisados existe um único foco, que é de sensibilizar, atrair, convencer e fidelizar o cliente.

As mais diferentes estratégias são praticadas diariamente pelos administradores, no sentido de viabilizar o processo de vendas dos mais de 40 mil itens ofertados pelas lojas espalhados em todos os cantos das cidades.

A queda na renda das famílias, o crescente endividamento e o fantasma do desemprego assombram a todos, e os reflexos nos indicadores de consumo já demonstram aumento na inadimplência e na devolução de cheques sem fundo. Com esse quadro de insegurança, o consumidor é obrigado a mudar seus hábitos e critérios de consumo, o que pressiona toda a cadeia de valor dos supermercados e compromete o giro dos estoques, além de reduzir os pedidos para a indústria.

Outra mudança percebida é na busca de produtos mais baratos e sem marcas. Os executivos estão, a cada dia, oferecendo mais produtos com marcas próprias com objetivo de reduzir os preços através da oferta de grandes quantidades. Mais de 20% da oferta nos pontos de vendas já oferecem esses produtos em portfólio. Em busca de clientes, o bombardeio de ofertas para atraí-los é, a cada dia, mais intenso, através de todos os meios de comunicação, que oferecem preços reduzidos em alguns produtos, induzindo o consumidor a fazer as compras motivado pelos anúncios. Todavia, na realidade, essas ofertas são compensadas em outros itens e que, no caixa, o preço médio praticado no total da compra é maior que em outra rede, devido às diferentes estratégias de negociação de margens de contribuição, resultantes do início da cadeia, que é aquisição dos produtos junto aos fornecedores.

Outra maneira de manter o cliente é a oferta de financiamento das compras através de cartão de crédito próprio, que parcela em até três vezes os pagamentos da compra da semana, o que facilita a vida de consumidores organizados. Mas, na vida real, consumidor organizado é minoria. A maior parte das pessoas, por não ter consciência financeira e controle do orçamento familiar, aumenta a complexidade dos pagamentos futuros. Se essas não conseguem honrar as datas de pagamento, os juros extorsivos levam-nas rapidamente ao fundo do poço.

Frente a esse quadro, as famílias precisam mudar seus hábitos de consumo. A recomendação, principalmente para os consumidores, é organizar suas compras por meio da lista de necessidades, versus as ofertas e os preços dos produtos que não estão na lista de desconto. Isso requer novo processo de pesquisa, principalmente utilizando a internet para avaliar os preços da lista antes se sair de casa. Estatisticamente, o resultado desse trabalho no fim do mês é muito significativo, proporcionando economia mínima de mais de 15%, que será bem-vinda nas compras das demais necessidades da família.

Portanto, mudem e pesquisem para o bem de todos. 




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