Setecidades Titulo
MP cobra Diadema por mau cheiro em cemitério
Evandro Enoshita
Do Diário do Grande ABC
16/02/2010 | 07:33
Compartilhar notícia
Marina Brandão/DGABC


A promotora do Meio Ambiente de Diadema, Cecilia Maria Denser de Sá Astoni, cobra explicações da Prefeitura sobre denúncias de mau cheiro dos túmulos do Cemitério Vertical de Diadema, no bairro Conceição. A administração municipal tem até sexta-feira para encaminhar uma resposta à Justiça. Caso ela seja julgada insuficiente, será aberto inquérito civil para apurar o caso.

Segundo os moradores da Alameda da Saudade - rua que fica ao lado do cemitério - o problema ocorre desde a inauguração do espaço, em 1999. E o mau cheiro vem acompanhado de grande concentração de moscas.

"Já mexeram várias vezes, mas acho que não tem solução. Quando está quente, é só bater um vento mais forte que já dá para sentir o odor do cemitério. Sem contar as moscas. É só tirar a comida da geladeira que elas vêm para cima", destaca o marceneiro aposentado João Isidoro, 68 anos.

O caldeireiro Militão Fialho, 58, destaca que já perdeu a conta do número de vezes que reclamou do problema para funcionários da administração. "Já reclamei para muita gente, inclusive para o responsável pelo cemitério. Mas nunca resolvem nada."

Procurada, a Prefeitura de Diadema respondeu que o "sistema de exaustão está implantado em 50% do espaço e evita o mau cheiro". Para a conclusão do serviço, entretanto, a administração precisa esperar "o prazo e os trâmites legais de exumação até que as gavetas estejam desocupadas para realizar a obra do sistema de exaustão".

Água sanitária - Em 2002, o Diário esteve na Alameda da Saudade para ouvir as reclamações dos moradores contra o cemitério. Na ocasião, vereadores chegaram a cobrar providências do Poder Executivo. A Prefeitura, porém, respondeu que borrifava o local com água sanitária para amenizar o mau cheiro e dispersar as moscas. Construído como solução para a falta de espaço no Cemitério Municipal, o edifício de quatro andares comporta 4.000 jazigos e 3.000 ossários.

‘Muita gente não aguenta nem uma semana', diz morador
Vizinho do Cemitério Vertical desde a sua construção, há 11 anos, o caldeireiro Militão Fialho, 58, afirma que aprendeu a lidar com o mau cheiro e as moscas. Esses problemas, entretanto, são barreiras na hora de conseguir um inquilino para as duas casas que construiu no terreno da sua residência.

"Muita gente aparece para olhar, gosta do lugar e fecha negócio, mas não aguenta ficar nem uma semana. É por causa do mau cheiro", disse Fialho, que se considera com sorte por estar com o mesmo inquilino há seis meses.

A mudança foi a solução encontrada pelo porteiro Gilberto de Oliveira, 39, para se livrar dos insetos e do fedor. "Há uns dez anos eu morava por aqui, com a minha mãe, e a situação já era ruim. Só me livrei disso quando eu me mudei para longe do cemitério", destaca Gilberto.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;