O número de profissionais contratados temporariamente nos barracões das escolas também foi maior: 59, entre costureiras, aderecistas, soldadores e carnavalescos, 23 a mais que no ano passado, um aumento de 63,9%. Administradas como empresas, a cada novo desfile as escolas executam um planejamento inicial de todos os gastos, no qual até mesmo a escolha do tema depende do gasto das fantasias.
É o caso da Cidade São Jorge, com 11 anos e 500 componentes, campeã de Santo André. O tema inicialmente escolhido para 2000 era sobre a história do açúcar. Mas o alto custo das fantasias de época fez a escola optar pelo tema mar, que requereu apenas peças de acetato e plástico. “Economizamos 40% e fomos campeões”, disse o diretor de Carnaval da escola, Aluísio João de Lima, o Tatá. Para este ano, a escola conta com uma receita de R$ 50 mil, que vem de subsídios da Prefeitura, doações e vendas de camisetas nos ensaios, e levará para a rua o tema Lucélia Santos, nossa estrela está no ar.
Na opinião da tesoureira Sueli Alves, da Padre Lustosa – bicampeã no ano passado em São Bernardo, com 20 anos e 380 integrantes –, há muitos recursos que diminuem o gasto das fantasias, que já reaproveitam 30% do material do ano passado. “Há produtos que colam o tecido, dispensando costuras”, o que representa economia de mais 30%. Para este ano, a escola tem R$ 50 mil de receita – R$ 10 mil a mais que o ano passado – e contratou sete trabalhadores. O gasto com dois carnavalescos, que desenvolveram o tema A chama sagrada foi de R$ 3 mil.
A Estação Primeira do Tamoyo, campeã de 2000 de São Caetano, com quatro anos e 400 componentes, tem receita de R$ 40 mil, vinda também de subsídio da Prefeitura e de doações. Os gastos com as fantasias chegam a R$ 12 mil. Segundo o presidente da escola, Valdir Aparecido Lopes, foram gastos mais R$ 5 mil com a mão-de-obra das costureiras. O trabalho acontece dentro de um cronograma seguido à risca. “Em uma semana estamos com todas as fantasias prontas”, disse. A escola fez 30 contratações, sendo 15 pessoas para o serviço de montagem dos carros alegóricos e outras 15, incluindo o carnavalesco, para a confecção das fantasias. O pessoal se reveza de 6h até 21h e recebe entre R$ 150 (auxiliares) e R$ 500 (costureiras) pelo trabalho. São Paulo, berço do mundo é o tema de 2001.
Para obter recursos vale tudo, até mesmo o reaproveitamento de garrafas plásticas na confecção dos chapéus, como fez a Unidos da Vila Nogueira, bicampeã de Diadema, com 16 anos e 400 componentes. “Segundo o presidente, Altamir Messias de Lima, a escola, que tem R$ 22 mil de receita, conta muito com o trabalho solidário da comunidade e com doações de supermercados. Para este ano, o tema é Nogueira, cheio de amor pra dar.
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