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Ilegalidade de bingos expõe clientes
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
02/03/2008 | 07:30
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A ilegalidade dos bingos clandestinos tornou-os alvo de assaltantes. O velho ditado ladrão que rouba ladrão... ilustra a situação pela qual estes estabelecimentos têm passado. Em fevereiro, em um intervalo de apenas seis dias, houve dois roubos, em São Caetano e Santo André.

Por ser uma atividade fora da lei, quadrilhas planejam ataques sabendo que a segurança é menor do que em um local legalizado. Além disso, quando há um assalto, a polícia nem sempre é chamada pelas vítimas, a não ser que existam feridos.

O quadro atual também traz uma questão mais grave: os freqüentadores dos bingos ficaram expostos à violência. Estão no meio do fogo cruzado entre seguranças informais, assaltantes e a polícia.

Em 17 de fevereiro, no roubo ao bingo na Rua Gertrudes de Lima, na região central de Santo André, dois ladrões foram mortos e um ferido.

“Esses roubos são conseqüência do dinheiro que os bingos ilegais arrecadam. Além disso, existe a certeza da impunidade, pois os delitos nestes locais dificilmente são registrados na delegacia, devido à ilegalidade da atividade”, afirma o major Heitor José Frare, integrante do comando do CPAM-6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitano), do Grande ABC.

“Os proprietários dos bingos investiram muito e agora se arriscam na clandestinidade. Os ladrões perceberam que a movimentação de dinheiro ainda é grande e partiram para o roubo”, disse o delegado da seccional de São Bernardo, Marco Antônio de Paula Santos, responsável também por São Caetano.

Em 23 de fevereiro, o assalto a um bingo clandestino de São Caetano na Avenida Goiás mostrou uma das piores situações a que estão sujeitos lugares que funcionam na irregularidade. Dois guardas municipais de São Caetano foram presos por envolvimento no assalto e suspeita-se que um policial militar estivesse fazendo bico como segurança do local.

“Os freqüentadores desses bingos clandestinos precisam ficar cientes dos riscos que correm. Além de terem de passar pelo constrangimento de ir para uma delegacia prestar esclarecimentos, podem ser feridos em um eventual confronto entre polícia e bandidos”, explica o delegado da seccional de Santo André, Luiz Carlos dos Santos, responsável também por Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

De acordo com o Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado) de Santo André, grupo do MP, que atua em toda a região, está em curso uma investigação para apurar o comando dos bingos ilegais e suas ramificações. O órgão não tem estimativa de quantos bingos ilegais estariam em funcionamento no Grande ABC.



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