A equipe do Diário flagrou policiais civis do 1º DP de Mauá empurrando uma viatura na qual estavam quatro presos que seriam transferidos para a Cadeia Pública de Santo André. A cena foi registrada no início da madrugada de ontem.

O problema já começou quando os presos foram levados à viatura: três ficaram no porta-malas enquanto um seguiu no banco traseiro - procedimento considerado perigoso para os policiais responsáveis pela escolta. Entre os detidos estavam dois homens com passagens por roubo e homicídio, entre outros crimes.

Depois de várias tentativas de fazer a Palio Weekend funcionar, os policiais decidiram tentar fazer a viatura pegar no tranco e chegaram a pedir ajuda para um guarda civil que estava na delegacia. Mais uma vez, a iniciativa foi em vão e os presos tiveram de ser levados de volta para a carceragem do distrito.

Foi necessária a colaboração da GCM (Guarda Civil Municipal), que disponibilizou duas viaturas, para que os detidos fossem levados à Cadeia de Santo André, onde aguardariam vaga no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Mauá. Dois investigadores acompanharam a escolta dentro dos carros da guarda.

O delegado seccional de Santo André, Luiz Carlos dos Santos, que também é responsável por Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, informou que a determinação dada aos policiais é que todas as viaturas sem condições de uso devem ser recolhidas. "Estou com mais de 20 veículos esperando espaço em um pátio de São Paulo. Só assim tenho como solicitar novas viaturas."

Com relação ao episódio que aconteceu em Mauá, o delegado afirmou que foi por desleixo dos policiais. "Quando uma viatura quebra é só trazer três orçamentos que o conserto é feito imediatamente. Existe verba disponível para isso."

Viaturas - Depois de flagrar a situação da carro quebrado, o Diário constatou que há poucas viaturas disponíveis para o plantão do 1º DP de Mauá. Na hora da ocorrência, havia em frente à delegacia um Gol que já apresentou problemas mecânicos. No estacionamento foi encontrado mais um Gol, de uso exclusivo da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) e um Meriva zero-quilômetro. Não havia viatura de grande porte. O Meriva, no entanto, ainda não está adaptada para o transporte de presos.

"Estamos recebendo sete viaturas para colocar nos plantões. O problema é que estamos esperando a entrega oficial. Também é necessário fazer alguns ajustes, como colocar película protetora nos vidros e tela de proteção para separar detidos de policiais", explicou Santos.