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Moradores de Santo André
continuam com falta de água
Camila Brunelli
26/01/2011 | 07:33
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Desde domingo, quando uma pane elétrica atingiu a Estação Elevatória de Sapopemba da Sabesp, mais de 80% dos moradores de Santo André - cerca de 600 mil pessoas - tiveram o abastecimento de água prejudicado. Isso porque o Semasa (Saneamento Ambiental de Santo André) compra da Sabesp 94% da água tratada fornecida ao município.

O problema persistia ontem em bairros como Jardim Ana Maria, Parque Novo Oratório, Vila Tibiriçá, Vila América, Parque das Nações, Parque Capuava, Jardim das Maravilhas, Jardim Monte Líbano, Parque Jaçatuba e Parque João Ramalho, onde a equipe do Diário conversou com moradores.

No Jardim Santo Alberto, alheia ao problema, a pequena Marcela, 1 ano e 8 meses, ia em direção à mãe com um copo vazio na mão, pedindo um pouco de água. Alguns moradores do bairro têm utilizado uma bica na Rua Almada para amenizar o problema. Outros usam essa água para fazer limpeza em banheiros e quintais, mas compram água para beber. É o caso de Ana Paula Azevedo, 24, que trabalha em São Paulo e estava de folga na tarde de ontem por conta do feriado. "Liguei no Semasa pedindo um caminhão-pipa e eles me disseram que se quisesse, teria de comprar", disse. "Uma vizinha está tendo que comprar água mineral para dar banho no filho recém-nascido."

Inês Prado de Oliveira cuida de três netos enquanto a filha trabalha. "Os menores, de 2 e 4 anos, ficaram sem tomar banho ontem (anteontem). A água que sobrou estamos usando para beber e cozinhar."

No Jardim Ana Maria, Cláudio Tenório, 41, contabilizava os prejuízos que a falta de água tem causado à sua lanchonete, na Rua Oratório. "Costumávamos fazer oito tipos de comida, sendo duas opções de mistura. Como estamos economizando água, fizemos só o básico", explicou, sentado sozinho no salão do pequeno restaurante. Tenório contou que, por dia, em média 30 pessoas almoçavam na lanchonete. "Hoje (ontem), vieram apenas quatro."

No Parque João Ramalho, a água apareceu nas torneiras por volta das 2h de ontem, mas logo sumiu. Maria Vilani, 52, e a filha Roberta, 28, grávida de cinco meses, encheram todos os baldes que puderam. "Hoje (ontem) fui fazer exame pré-natal e tive de tomar banho de caneca", disse Roberta. "Se pelo menos a conta viesse zerada, estava bom."

 

Ligar para o Semasa exige paciência

 

Aflitos com a falta de água, os moradores tentavam entrar em contato com o Semasa - em vão. O sistema de atendimento 115, que segundo o site da autarquia "funciona 24 horas por dia", só dava ocupado ou chamava. Em nota, o Semasa explicou que "o canal de atendimento telefônico 115 do Semasa enfrentou problemas devido ao alto número de ligações motivadas pela falta d'água na cidade."

Segundo a autarquia, os equipamentos da Sabesp voltaram a funcionar às 20h de segunda-feira. Quanto às reclamações dos moradores, informando na tarde de ontem que a água ainda não era suficiente para tomar banho, lavar louças e, em alguns locais, nem mesmo para beber, o Semasa informou que "leva um certo tempo para abastecer os reservatórios."

Santo André compra 94% do volume de água consumido (160 milhões de litros diários) da Sabesp e produz 6%. Do total de água consumido, oriundo da Sabesp, 74% são captados no Sistema Rio Claro e 20% do Sistema Rio Grande. O Reservatório Paraíso - que manteve seu abastecimento normal - é o único da cidade alimentado pelo Sistema Rio Grande.

A pane que afetou a estação de Sapopemba impediu que a água do Sistema Rio Claro (o maior volume) chegasse a Santo André, prejudicando a maior parte da cidade.




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