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Primeira cirurgia para troca de sexo dura cinco horas
Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
07/05/2015 | 07:00
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“Tudo conforme o planejado”. Essa é a impressão do professor responsável pela disciplina de Urologia da FMABC, Roberto Vaz Juliano, sobre a primeira cirurgia para troca de sexo da região. O procedimento, feito na manhã de ontem no Hospital Estadual Mário Covas, teve duração de cinco horas e beneficiou morador da Capital de 32 anos com a transformação do órgão masculino em feminino.

De acordo com o especialista há mais de 30 anos na área, não houve nenhuma complicação durante a cirurgia. “Foi mais demorado do que o esperado (previsão era de três horas e meia) porque é uma operação complexa. Tem uma série de detalhes que podemos melhorar com o tempo”, observa.

Segundo o médico, a paciente segue em recuperação, período que deve durar cerca de dez dias em internação. “Agora vem a parte dos cuidados para evitar infecção e aguardar que os tecidos respondam de uma forma adequada”, diz.

A próxima intervenção deverá acontecer na primeira semana de junho, segundo Juliano. A meta da equipe é realizar em média duas cirurgias por mês até o fim do ano. “Temos uma equipe grande de profissionais preparados. Esperamos que isso se torne um programa e seja difundido além das fronteiras do Estado”, destaca o urologista.

Juliano lembra ainda que o CRT (Centro de Referência e Treinamento) DST/Aids, na Zona Sul da Capital, é responsável pela preparação e encaminhamento dos pacientes para o procedimento. Cerca de 2.000 pessoas estão sendo acompanhadas atualmente no local, sendo que 300 estão preparadas para a operação.

A ação coloca o complexo de Saúde entre os seis autorizados para realizar tal operação no País via SUS (Sistema Único de Saúde). Até 2014 foram realizados 6.724 procedimentos ambulatoriais e 243 procedimentos cirúrgicos via SUS para redesignação sexual. “Não podemos ignorar o problema dessas pessoas, que têm um sofrimento”, completa Juliano.




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