Setecidades Titulo Epidemia
Crescem denúncias de foco de dengue

Houve alta de 215,2 % nos chamados para fiscalização em Santo André e São Bernardo

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
07/05/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


O surto de dengue no Estado despertou o alerta da população, que passou a denunciar massivamente possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Nas duas maiores cidades do Grande ABC – Santo André e São Bernardo – os registros de chamada para fiscalização desses pontos aumentaram 215,2 %, na comparação do primeiro quadrimestre de 2014 com o mesmo período deste ano.

De janeiro a abril de 2014, 207 vistorias foram solicitadas em Santo André, passando para 471 em 2015 – crescimento de 127,5%. Já em São Bernardo os chamados, que eram 274 no ano anterior, saltaram para 1.045 (alta de 281,4%).

“A divulgação do grande número de casos de dengue fez com que as pessoas passassem a se preocupar mais e elas têm se dado conta que a água parada incomoda. Foi preciso a epidemia para isso acontecer e o medo que a atual situação tem causado facilitou o nosso trabalho”, destaca a supervisora de controle de vetores do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de São Bernardo, Cláudia Silva Simon.

Na tarde de sexta-feira, enquanto a equipe do Diário apurava denúncia em uma obra na Vila Marlene, em São Bernardo, uma vizinha abordou os técnicos do CCZ municipal com pedido de vistoria. “O terreno do outro lado da rua está com muita poça”, disse a mulher. A área, porém, estava fechada. “Quando é assim, levantamos quem é o proprietário do terreno para pedir autorização para entrar”, explicou Cláudia, que revelou ser mais difícil o acesso em áreas nobres. “As empregadas dizem que o patrão não autoriza entrar ou os donos falam que não há nada.”

Depois que é permitida a entrada no local da denúncia, se encontrada situação extrema de alerta, é aplicado inseticida na área, que dura de 40 a 60 dias. Após o prazo, os agentes retornam para ver se o proprietário do espaço conseguiu eliminar o foco. Uma amostra da água parada também é coletada e levada para análise em laboratório. O resultado que aponta se as larvas encontradas são do Aedes aegypti ou não sai em até quatro dias.

Os casos de dengue aumentaram 193,36% neste ano no Grande ABC, comparados com o primeiro quadrimestre de 2014. Foram 1.546 registros autóctones (contraídos dentro dos municípios), enquanto no ano passado o número chegou a 527. A região registrou a primeira vítima fatal por dengue no dia 24, em Diadema.

Considerando os cerca de 2,6 milhões de habitantes, a região tem atualmente 90,9 casos para cada 100 mil moradores. De acordo com o Ministério da Saúde, considera-se epidemia quando as contaminações superam 300 para cada 100 mil pessoas, o que deixa o Grande ABC fora desta classificação, diferentemente da Capital, que já tem índice de 345,7 ocorrências a cada 100 mil munícipes.




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