Há três anos Dona do Doce vende delícias com diversos recheios; receita foi criada e desenvolvida em família
A invasão gourmet chegou a diversos segmentos da culinária em todo o País. No bairro Santa Paula, em São Caetano, está localizado o ateliê da Dona do Doce, que fabrica bolachas de forma totalmente caseira, mas com um toque a mais.
A ideia do produto surgiu há três anos entre duas amigas: Luciana Pereira Maciel, 36 anos, e Paula Maria Maldonado, 28. Ambas são professoras de Educação Infantil e queriam abrir um negócio. Veio a ideia de vender bolachas. “Experimentamos algumas e pensamos em desenvolver uma receita diferente. Algo que fosse mais fino e sofisticado. Também pensamos em um produto que serviria como opção de presente”, disse Luciana.
A tarefa árdua, que levou mais de três meses, coube à mãe, Doracilda Isabel Pereira Alves, 53, e à avó de Luciana, Maria Isabel Pereira, 73. Muitas receitas com ingredientes diferentes foram testadas até a escolha da massa que é utilizada hoje. “A gente foi tentando e oferecendo para a família experimentar até chegar nessa receita. Não tínhamos tanta experiência com cozinha, só como dona de casa mesmo, fazendo esfiha e pão. Não imaginávamos esse sucesso todo”, explicou Doracilda.
Há três tamanhos de potes, o pequeno, com 16 unidades, o médio, com 33, e o grande, com 53. Os preços variam de R$ 20 a R$ 45. Com recheios como doce de leite, creme de avelã com chocolate, pistache, caipirinha, entre outros, no famoso boca a boca as bolachinhas caíram no gosto de muita gente. No último Natal, foram 4.000 potes vendidos, sendo que a média mensal é de 900.
Famosos como a apresentadora e modelo Ana Hickman, a atriz Fernanda Sousa e a modelo Fernanda Motta já postaram fotos em redes sociais com as bolachas. Até o fechamento desta edição, a página da marca no Facebook superava as 3.000 curtidas.
“Começou como brincadeira, mas hoje é profissional. Contratamos uma nutricionista que supervisiona tudo, até mesmo por questões de higiene e segurança. Também temos um sócio investidor desde agosto”, disse Luciana.
Por enquanto, os quitutes só podem ser encomendados por telefone ou no próprio ateliê, na Rua General Osório, 155. Há embalagens especiais para festas, de acordo com os pedidos dos clientes.
“Temos muitos planos para a marca, inclusive vamos começar a atender em eventos com um carrinho. Vai ser uma espécie de bicicleta em estilo vintage”, explicou Luciana.
Empório traz pedacinho de Minas Gerais
Quem aprecia a culinária mineira, as tradicionais cachaças e os doces de compota vai se sentir em casa na loja Os Legítimos Quitutes de Minas. Localizado na Rua São Paulo, o espaço traz produtos caseiros e artesanais de Minas Gerais.
O proprietário é o publicitário Bruno Esper Garcia, 37 anos, natural da cidade de Poços de Caldas. Segundo ele, a ideia de montar um comércio focado nesses tipos de produtos veio justamente pela dificuldade de encontrá-los na região. “O que consumia lá não conseguia encontrar aqui no Grande ABC. Rodava os mercados atrás de uma compota de goiaba, por exemplo, e só achava os produtos industrializados.”
Conforme Garcia, 90% do que é vendido no empório é feito somente de ingredientes naturais. As farinhas de mandiocas são produzidas em pequenas fazendas por famílias e as goiabadas levam apenas fruta e açúcar.
Para quem entra no espaço, a impressão é que realmente se está no interior de Minas Gerais. O café, que é moído na hora e feito em coador de pano, perfuma o ambiente ao som de cantigas sertanejas.
Com tantos atrativos, o carro-chefe não poderia ser diferente: queijo artesanal. O comércio é revendedor autorizado dos laticínios produzidos nos sete municípios da região da Canastra. “Até 2001, esses queijos não podiam sair do Estado de Minas. Depois disso foi possível, mas como o transporte e o armazenamento exigem cuidados, como ser feito em câmara fria, é difícil de encontrar aqui.”
O tradicional queijo curado, que é um dos mais antigos do Brasil, pode ser apreciado com o legítimo mel mineiro. Além do sabor, ele também é rico em diversas propriedades. “O queijo industrial, vendido nos supermercados, é pasteurizado, ou seja, perdeu as bactérias boas e ruins. Já o queijo cura é rico em tudo isso e se ficar armazenado por mais de 60 dias já não tem lactose nenhuma”, explicou.
Novidades mineiras como refrigerante de erva-mate, chapéu-de-couro e guaraná, aguardente de banana e o queijo tipo azul com nozes e damasco são encontradas. Semana que vem, uma mostarda e um molho feitos com jabuticaba devem chegar e começar a ser vendidos no local.
Espaço ministra aulas de diversos tipos de artesanato
Há oito anos a artesã Elaine Paes Miranda de Barros Pinto, 52 anos, ministra cursos de artesanato no bairro. O Ateliê Kriando Arte tem mais de 40 alunas e ensina modalidades diferentes, tais como pintura country, patchwork e também cartonagem.
Elaine se envolveu com o artesanato por acaso, já que há 12 anos trabalhava ajudando o marido, que é protético. “Fazia arte como hobby mesmo, era uma coisa que gostava e me distraia. Um dia, uma amiga minha, que é professora de pintura em tela, me convidou para dar aula no bairro Barcelona. Pensei bastante, mas acabei aceitando.”
Mais tarde a amiga fechou o espaço, mas Elaine resolveu que era isso que tinha de fazer da vida. “Meu marido falou: ‘Você vai trocar algo certo pelo duvidoso?’, mas acabei entrando de cara. Hoje é o meu trabalho em tempo integral.”
A pintura country, uma das mais procuradas, é feita em MDF e tem uma infinidade de detalhes. “É mais trabalhoso e leva um tempo para a pessoa pegar o jeito. Já a cartonagem é a arte de encapar caixas com tecido e dá para fazer uma infinidade de coisas.”
De acordo com ela, a maior satisfação não é ver os produtos que as alunas produzem nem o dinheiro a mais na renda familiar. “Todas ficam com um sorriso no rosto e são muito felizes aqui. A arte é como uma terapia. Enquanto você pinta, costura, não pensa em nada e ajuda muita gente”, explicou.
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