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Diabéticos não seguem recomendações

Estudo da Federação Internacional de Diabetes aponta dificuldades na relação médico paciente

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
18/03/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Pesquisa realizada com 6.700 médicos de 26 países, sendo 116 no Brasil, indica que mais da metade dos pacientes com diabetes do tipo 2 não seguem as recomendações médicas sobre a doença. Os dados integram estudo que está sendo desenvolvido pela Federação Internacional de Diabetes e tem como objetivo observar a relação médico paciente e, futuramente, propor ferramentas para ampliar a adesão ao tratamento e, com isso, evitar as temidas complicações crônicas do mal, como problemas cardíacos, de visão, nos rins e AVC (Acidente Vascular Cerebral).

De acordo com a análise, os especialistas acreditam que faltam força de vontade e disciplina por parte da população diagnosticada com o mal e que os pacientes não estão suficientemente preocupados sobre as complicações da doença a longo prazo. “A diabetes é problema de Saúde pública. A cada dez segundos, três pessoas desenvolvem a doença no mundo. A estimativa é a de que o número de diagnosticados passe dos atuais 380 milhões de pessoas para 592 milhões em 2035”, alerta o mestre em Endocrinologia pela Escola Paulista de Medicina e chefe do Ambulatório de Diabetes tipo 2 do Hospital Mário Gatti, João Paulo Iazigi. No Brasil, a estimativa é de que haja 12 milhões de diabéticos do tipo 2.

Dados da Federação Internacional de Diabetes destacam que 90% dos pacientes acometidos pela doença em todo o mundo são do tipo 2, caracterizada pela produção insuficiente de insulina pelas células, e que, geralmente, está associada a fatores como sedentarismo, genética e maus hábitos alimentares.

De acordo com 28% dos médicos entrevistados, uma das dificuldades apontadas é que os diagnosticados não conseguem manter hábitos de vida propostos. Já 23% dos especialistas consideram que a população acometida pela doença não compreende a gravidade do diagnóstico e importância do tratamento. Um em cada quatro profissionais revelou ainda que se sente culpado pela falta de tempo para conversar adequadamente com os pacientes.

A segunda etapa do estudo está sendo realizada atualmente e consiste em entrevista com 10 mil pessoas com diabetes tipo 2. A expectativa é a de que os resultados sejam conhecidos ainda neste ano. A terceira fase do projeto pretende apresentar ferramentas capazes de contribuir para a melhora do relacionamento entre médicos e pacientes. “Este é o primeiro passo para buscar soluções para as dificuldades apresentadas. Estamos curiosos para conhecer os próximos resultados”, observa o diretor médico da empresa farmacêutica Eli Lilly, uma das apoiadoras da pesquisa.
 




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