Apesar de ficar no segundo andar do bloco 43 do Conjunto Habitacional Três Marias, no bairro Cooperativa, em São Bernardo, o apartamento da dona de casa Daniele de Jesus Nunes, 28 anos, apresenta constantes alagamentos. O problema persiste há dois anos, desde que a família foi morar na unidade entregue pela Prefeitura.

No início, Daniele notificou a administração municipal, que disse que o problema era responsabilidade dela. A dona de casa pagou R$ 400 para uma desentupidora, mas, desde dezembro, o transtorno voltou a ocorrer.

Segundo a moradora, seu marido teve quadro de doença agravado por conta do problema. “Estourou a úlcera dele. A gente ficava até as 2h acordado puxando água. Ele passou mal e precisou ir ao hospital.”

Desde sábado, quando o marido recebeu alta, Daniele vive na casa de conhecidos no bairro Sítio Bom Jesus, localizado a cinco quilômetros do Cooperativa. A família perdeu quase tudo por causa da água, menos a geladeira e roupas, que ficaram na casa da vizinha. “Não temos o que fazer, só lamentar”, disse Daniele.

A moradora tem um filho de 8 anos que quer voltar para casa. “Faz mais de uma semana que ele não vai à escola por causa da distância. Ele sente falta dos amigos.”

A Defesa Civil também foi ao local e entregou documento que atesta que o apartamento não está em situação grave. “Como não? Perdi quase tudo”, contesta.

Por meio de nota, a Prefeitura de São Bernardo voltou a afirmar que a responsabilidade pelo conserto, no primeiro caso, era da moradora. Mesmo assim, garantiu que irá enviar hoje equipe da administração municipal e da construtora para identificar a causa e a responsabilidade do transtorno. Se for por mau uso, a moradora terá de fazer o conserto, com orientação do Executivo.