Alexsandro Fogaça da Silva, 28 anos, escolhia casas de classe média para assaltar. Não saia sozinho. Junto com ele, agiam José Leandro Neto, 36, e sua namorada, Kátia Fabiana Ferreira de Lima, 24. Rendiam as vítimas à noite, quando estavam distraídas, geralmente na garagem ou durante uma festa. Kátia dava cobertura à dupla e não entrava nas residências. Alexsandro e José trancavam os moradores em um dos cômodos dos imóveis e recolhiam tudo que tivesse algum valor. Mas, antes de fugirem com os objetos, Alexsandro selecionava uma das vítimas, levava para um área separada das outras da casa e a violentava. Durante o ato sexual, permanecia com um revólver calibre 38 mirado na cabeça da moradora. Tais fatos foram narrados pela polícia. O fim do acusado pelos estupros foi a morte em um confronto com policiais militares no Jardim Utinga, em Santo André, sexta-feira. Kátia e José foram presos na mesma ação, por porte ilegal de arma, e responderão inquérito pelos outros crimes.

Moradora da zona Leste da Capital, a quadrilha teria sido responsável por, pelo menos, quatro assaltos à residência em Santo André e Mauá registrados neste mês e julho. A crueldade da dupla de assaltantes e a maneira como agiam, seguindo sempre os mesmos padrões, foi o que levou a polícia a saber de que se tratava do mesmo grupo agindo na região.

No último caso ocorrido em Mauá, no Parque São Vicente, no último dia 15, Alexsandro estuprou uma mulher grávida de oito meses. No Jardim Utinga, em Santo André, há aproximadamente 15 dias, uma festa para comemorar os 90 anos da matriarca da família foi interrompida pelos assaltantes. As pessoas que estavam na casa ficaram presas na sala enquanto os ladrões limpavam o imóvel. Depois, Alexsandro pegou a neta da aniversariante, uma adolescente de 15 anos, e a violentou na lavanderia.

Policiais civis do 1º DP de Mauá estavam no encalço da quadrilha há semanas. A prisão foi possível a partir da denúncia de um segurança de rua, que ligou para a polícia avisando que um Golf prata estava passando muitas vezes seguidas em uma rua do Jardim Utinga, com três passageiros analisando as casas. Alexsandro teria tentado fugir dos policiais e atirado contra a viatura. Na fuga, foi perseguido por um PM à paisana que lhe deu voz de prisão. Como o ladrão teria tentado disparar contra o policial, acabou sendo alvejado pelo militar e morreu minutos depois no hospital. Sua namorada, Kátia, afirma que nunca soube que seu companheiro estuprava as vítimas de seus assaltos.