O chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, está convencido de que os insultos racistas contra o britânico Lewis Hamilton em Montmeló foram um "incidente isolado" e acredita que a campanha anti-racismo da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) não é necessária.

"Tudo o que isto consegue é que se preste atenção em pessoas que buscam justamente isto", declarou Ecclestone à BBC.

A escuderia de Hamilton, McLaren, apóia a campanha contra o racismo lançada pela FIA. As escuderias Toyota, Super Aguri e Ferrari também anunciaram o respaldo à iniciativa.

'Racing against Racism' ("Correndo contra o racismo") será oficialmente anunciada no Grande Prêmio da Espanha para deixar claro que a categoria não tolerará o preconceito.

Hamilton foi vítima de insultos racistas proferidos por um grupo de torcedores, que o receberam aos gritos de "negro de merda" no início do mês nos treinos privados do circuito de Montmeló, perto de Barcelona.

Porém, Ecclestone afirmou que não serão adotadas medidas. "Estaremos atentos se algo assim se repetir, mas foi simplesmente um incidente isolado", declarou.

Hamilton, primeiro piloto negro da história da Fórmula 1, foi vice-campeão do mundo em sua primeira temporada, em 2007, ano marcado por uma grande rivalidade com o então companheiro de equipe, o espanhol Fernando Alonso.

Alguns torcedores espanhóis acreditam que a McLaren favoreceu Hamilton, o que prejudicou Alonso, que retornou a Renault, escuderia com a qual venceu os Mundiais de 2005 e 2006.