Cultura & Lazer Titulo Música
Encontro de mundos

Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra mergulharam no
universo da kora, instrumento típico da África Ocidental

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
29/12/2011 | 07:30
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Encontro de cordas, de vozes e de culturas. Parceiros de longa data, os compositores Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra mergulharam no universo da kora - instrumento de 21 cordas típico da África Ocidental - e produziram poção com sonoridade atípica e interessante.

Ao lado dos brasileiros está Toumani Diabaté, renomado músico de Mali e o dono da kora. Os músicos divulgam o lançamento de A Curva da Cintura (Especial MTV, R$ 24 em média). Há também pacote (R$ 72 em média) que traz, além do disco, DVD com documentário, clipes e bastidores das gravações.

O álbum chega recheado por 18 composições - quatro são bônus - e promove encontro da cultura urbana brasileira com a sonoridade regional de Mali. O projeto nasceu casualmente após encontro dos brasileiros com o africano em show. O que deveria ser disco minimalista da dupla Arnaldo/Scandurra foi além, atravessou o oceano e ganhou o terceiro ocupante. "Eu já tinha o projeto de disco só com o Edgard. Começamos a compor músicas inéditas para esse disco e no meio do caminho teve o show com Toumani", revela Arnaldo.

As canções - cantadas em português, com exceção de Kaira, que usa também a língua local - são de delicadeza ímpar. O som da kora é show à parte e se une facilmente à guitarra de Edgard. O disco traz universo de ritmos, escalas e instrumentos. Além do kora, violão de aço, percussão e banjo dão brilho às canções. "Os princípios musicais deles são muito diferentes dos nossos. Eles usam outro tipo de escalas, de conceitos de ritmos. É outra noção de música. E ao mesmo tempo a gente sente o poder de diálogo que a música tem, é meio universal", explica Arnaldo.

Uma pré-produção foi feita ainda em São Paulo. Mas foi só em Mali, já com a presença de Tounami que ganharam real sabor. "Chegamos lá com nosso produtor sem saber qual seria o processo". Arnaldo conta ainda que muito do que foi gravado no Brasil foi aproveitado na edição final. O resultado é disco que propicia novo horizonte. " A gente saiu tocando junto e deu certo. Então, tem essa riqueza, a novidade do disco é o sabor do encontro, além das diferenças culturais para a sintonia que a música promove, esse terreno misterioso, o diálogo sensorial que a música traz."




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