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Estação Primeira canta a natureza
Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
02/03/2011 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC


"A esperança do nosso planeta está em nossas mãos". A Estação Primeira de Baeta Neves, de São Bernardo, sabe disso e leva para a avenida o samba-enredo sobre a preservação do meio ambiente.

Na onda do consumo consciente, o presidente da agremiação, Robson Menini, o Binho, 37 anos, destacou que a escola recicla materiais. "Mas claro que a reciclagem que a gente leva para a avenida tem muito mais brilho, porque Carnaval é isso."

Neste ano a Estação Primeira desfila com oito alas, três carros alegóricos e 360 componentes, sendo 60 ritmistas que compõem a bateria nota 10 da escola.

"Nosso grande destaque é, sem dúvida, nosso batuque. Mas também aviso o folião pra prestar atenção no carro abre-alas, trabalhado todo em duas cores. Vai ser o nosso trunfo neste Carnaval", comentou o presidente.

A escola de samba, fundada nos anos 2000, ainda não conseguiu conquistar o título do Grupo 1, a elite do Carnaval de São Bernardo. "Apesar de todas as dificuldades, queremos brigar por isso mais uma vez. E temos condições de chegar lá", garantiu Binho. Quem também promete é o pai do presidente, Adailton Menini, 64, um dos grandes incentivadores das ideias do filho. "Ficamos lado a lado para brincar o Carnaval, ajudo no que posso aqui na escola", destacou.

Outro que está sempre por perto é o diretor da agremiação, Pedro Cardoso. "A gente coloca a mão na massa pra fazer os carros alegóricos", afirmou. O restante das fantasias é confeccionado por especialistas de Mauá, que neste ano não terá Carnaval.

HARMONIA
A força feminina comanda a harmonia da Estação Primeira. Fátima Sampaio, 36, é a responsável por organizar as alas e garantir a unidade do desfile. "Fazemos a orientação no boca a boca, mesmo. Cada coordenador de ala precisa repassar as informações para quem vai desfilar, a fim de manter o combinado."

Apesar das técnicas, Fátima garante que todos que desfilam têm o gingado do samba dentro de si, "porque se não tem emoção, você tem um desfile que não empolga. É preciso ter um pouco das duas coisas, para conquistar os jurados e os foliões."

Futebol e samba se misturam no barracão

Os barracões das escolas de samba da região são quase sempre improvisados. No caso da Estação Primeira de Baeta Neves, as fantasias dividem espaço com os troféus do Esporte Clube Madureira, que ocupam um galpão no campo do time de futebol do bairro.

Para Adailton Menini, que é pai do presidente da agremiação, Robson Menini, o Binho, essa é a maneira de continuar próximo do clube pelo qual jogou. "Sempre gostei de futebol e Carnaval. Aqui consigo juntar as duas coisas: ajudo nas fantasias e dá tempo de bater uma bolinha", garantiu.

Binho assume que, sem o apoio, dificilmente conseguiria preparar a Folia. "Há inúmeras dificuldades e poucos patrocinadores", lamentou.

A subvenção da Prefeitura financia 100% dos gastos da agremiação. "Tem gente que acha que é muito dinheiro. Vai ver quanto custa um quilo de plumas. Dependendo do modelo, dá uns R$ 900. E ninguém cobra menos que R$ 2.000 de mão de obra para fazer uma fantasia como a do nosso mestre-sala, por exemplo", destacou.




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