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'Homem-tatu' é preso em Santo André
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
10/09/2011 | 07:30
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Denis Maciel/DGABC


Gilson Antunes de Souza, 39 anos, é o homem-tatu que morava em buraco sob o Viaduto Adib Chammas, no Centro de Santo André. Ele foi detido às 18h30 de ontem por policiais do 2º Distrito Policial, no bairro Camilópolis.

Acusado por pedestres e moradores de realizar roubos naquela região, o homem-tatu foi preso por portar aparelho celular que afirmou ter comprado na estação de trem por R$ 30. A polícia desconfia que o produto seja roubado e espera que possíveis vítimas do suspeito procurem a delegacia.

Após denúncias do Diário publicadas nesta semana, policiais do 2º DP já haviam planejado realizar campana nas imediações durante a madrugada de segunda-feira, mas resolveram antecipar a primeira tentativa de busca. Ontem à tarde, duas equipes estiveram no local para tentar encontrar o homem, mas ele não estava. Outros moradores de rua declararam aos policiais que Souza costumava chegar por volta de 19h.

No início da noite, o delegado assistente Marcos Duarte e os investigadores Valdir Pereira Pinto e José Edson da Silva retornaram ao viaduto e encontraram o homem-tatu, que reagiu com aspereza. "Parecia selvagem e até pediu para atirarmos nele. Teve de sair arrancado", disse o delegado assistente, que desconfiou que o suspeito estivesse sob efeito de drogas.

Em sua ficha criminal constam passagens por tentativa de homicídio, roubo, furto, assalto e porte ilegal de arma. Todas as penas foram cumpridas. Caso seja provado que o celular apreendido era roubado, ele pode ser indiciado por receptação. A polícia conta com a colaboração de vítimas para ajudar na investigação dos crimes praticados próximo ao viaduto. "Se nada for comprovado, teremos de instaurar inquérito e liberá-lo", disse o delegado titular, Oswaldo Fuentes.

Pelos números gravados, a polícia chegou ao dono do celular. O aparelho foi roubado há um ano de uma jovem em bar da Rua das Figueiras. Os pais da vítima foram à delegacia ontem à noite e reconheceram a agenda telefônica. A polícia irá rastrear as ligações.

PERFIL
Mineiro, bem vestido, pálido, com barba feita, portando anel e relógio, o homem-tatu negou todas as acusações. Disse ter trabalhado como cobrador de ônibus e que atualmente sobrevivia de vender latinhas de alumínio. Nitidamente contrariado, confessou que vive no buraco há dois anos e meio. Antes, um homem negro é quem improvisava o refúgio como moradia. Ele teria morrido antes do novo dono assumir. Souza optou pelo local por querer usar entorpecentes sem ser incomodado.

"Uso maconha, mas não sou culpado de nada. Vocês todos são deficientes. Por que não vão na casa de políticos e ladrões? Me deixem em paz", respondeu.




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