O Parque Novo Oratório e região, em Santo André, convivem com falta de água há pelo menos quatro meses. Moradores das ruas Genebra, Fenícia, Calábria e outras vias próximas reclamam de ter de levantar de madrugada para encher baldes e bacias porque, por volta das 10h, as torneiras já estão secas. O 115, telefone de atendimento do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André não funciona ou dá ocupado.

"Quando o prefeito, vereador ou deputado quer falar com a gente, tem ligação eletrônica. Assim, deveriam avisar quando vai faltar água, e o motivo também", disse a dona de casa Vera Anitelli, 56 anos, moradora da Rua Dunquerque. Junto com a irmã, Renata, tenta lavar a roupa que dá com o que conseguem armazenar nos oito baldes de que dispõem. "E quando a água volta, vem com tanta pressão que a mangueira até balança. Dá um banho na gente", comentou Vera.

Dono de um lava-rápido na esquina da Rua Genebra com a Fenícia, José Carlos Marques, 56, vem tendo prejuízos diários. "Não posso pegar muitos carros para lavar porque não temos água para isso." Dos 35 carros que costumava lavar por dia, tem dispensado em torno de 20. Cada lavagem custa ao cliente R$ 20. "Dia 5 eu tenho que pagar meus funcionários, fora aluguel, água, luz e impostos, que faço questão de pagar em dia."

O restaurante da região não deixa o movimento cair, mesmo que tenha de comprar água engarrafada. "No dia que fizemos feijoada, tivemos que comprar cinco garrafas de água mineral", contou Mauriucia de Andrade, 62, responsável pelo restaurante.

Os moradores relataram que a falta de água não é um problema crônico da região. Segundo eles, somente durante os meses mais quentes do verão costuma haver esse tipo de problema.

Ao Diário, o Semasa informou que houve intermitência no abastecimento de água proveniente da Sabesp nos últimos dias, o que provocou a falta em alguns pontos da cidade. A autarquia informou ainda que será feito um pedido para que técnicos façam uma análise na região para tentar detectar a origem do problema.