Nao teve direito à segunda semana porque o público nao teve chance de descobri-lo. Quem garante que nao é esse o tratamento que a Columbia atribui aos filmes brasileiros que distribui no exterior? Chávarri é um diretor conhecido na Espanha. Pertence à geraçao de Carlos Saura. Aytana Sanchez-Gijon, que faz a protagonista, é atriz destacada da nova geraçao espanhola, embora seu maior sucesso - "La Camarera del Titanic", de Bigas Luna - seja inédito no país. Aytana integrou o júri do Festival de Cannes deste ano. É bonita e talentosa.
"O Dobro ou nada" confirma. Pode ser que o tratamento do diretor Chávarri nao esteja totalmente à altura do seu material, mas esse é um daqueles filmes que envolvem e encantam pela originalidade da história. É ótima. Começa com uma voz em off. Uma mulher fala de seus dois maridos - Carlos Gardel e um sujeito anônimo, que ninguém conhece o nome. Aytana é essa mulher. Sonha com Gardel, como o homem de sua vida, no escurinho do cinema. Encontra um cantor parecido com ele. Força-o a tornar-se um clone de Gardel e o marido termina morrendo como o rei do tango.
Simultaneamente, conta-se a história do próprio Gardel e de como ele sobrevive ao acidente aéreo para assumir o papel do marido de Aytana, numa troca de identidades que serve para que ela descubra o verdadeiro amor somente após havê-lo desperdiçado. Para quem gosta de tango, essa maneira de ser do argentino, é imperdível.
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