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Fabrício de Sousa Pretti, 5 anos, de São Caetano, estava assistindo ao desenho Tom & Jerry quando começou a questionar se o rato só come queijo, como nas animações. "Não tenho medo dele, mas é assustador para algumas pessoas", diz.
O rato, a ratazana e o camundongo (são espécies diferentes) não comem apenas queijo. Os roedores, principalmente os que vivem na cidade, ingerem quase todo tipo de matéria orgânica, como restos de comida e frutas, lixo e até animais mortos.
Originalmente, são predadores de grãos, como arroz e feijão; por isso, nas zonas rurais, representam o pesadelo dos agricultores. São capazes de destruir plantações e acabar com grande parte dos grãos armazenados. A preocupação com o prejuízo é tanta que, em 2008, o governo de Bihar, Estado indiano, pensou em incentivar o consumo de carne de rato entre a população mais pobre.
Por comer diversos tipos de alimentos, o rato e seus parentes têm facilidade em se adaptar a diferentes ambientes. Apesar das primeiras espécies terem surgido na Ásia, espalharam-se pelo planeta - com exceção de desertos e áreas muito frias -, à medida em que o homem desenvolveu povoados e começou a viajar de um lado para outro. Assim, onde há gente existem esses animais.
Diferentes - A ratazana (Rattus norvegicus) não é a fêmea do rato. É maior que seus parentes; o corpo mede cerca de 30 cm e o rabo, 20 cm. Vive principalmente em porões e garagens, com acúmulo de lixo ou entulho, e nos esgotos.
O rato-negro (Rattus rattus) é menor. Tem, em média, 20 cm entre cabeça e tronco, e até 25 cm de cauda. É bom escalador, sendo visto em telhados. Já o camundongo (Mus musculus) é o menorzinho; 9 cm de corpo e 10 cm de rabo. Em geral, vive dentro de casa, fazendo ninho em sofás e armários.
Ratos, ratazanas e camundongos pertencem à mesma ordem, a dos roedores. Entre as principais características estão os dois pares de dentes incisivos (da frente) bem desenvolvidos, que ficam na parte de cima e embaixo. Como crescem sem parar, eles precisam sempre gastá-los roendo algo duro.
Caso contrário, os dentes podem machucá-lo e impedir que se alimente direito. Também fazem parte dessa ordem o esquilo, o castor e a capivara, maior roedor do mundo.
É vilão ou bonzinho?
Por se reproduzir rapidamente e causar grande prejuízo à lavoura, o rato é considerado praga. Algumas espécies podem ter oito ninhadas por ano; em cada uma nascem cinco filhotes, totalizando 40 bebês anuais. Entretanto, o motivo pelo qual é temido é outro. Ao viver perto do lixo e esgoto, transforma-se em grande transmissor de doenças.
No século 14, pelo menos 25 milhões de pessoas morreram na Europa por causa da peste negra, também chamada peste bubônica. É transmitida pelas pulgas dos ratos-pretos, contaminadas pela bactéria causadora da doença. O xixi e o cocô dos roedores também podem provocar leptospirose e hantavirose, que em casos graves matam.
Mas é injustiça pensar que só é malvado. O rato é um dos bichos mais venerados pelos hindús (que praticam hinduísmo, principal religião da Índia). Tem importante função na cadeia alimentar (na qual os bichos servem de comida entre eles), servindo de refeição para corujas, gaviões, cobras, entre outros. E tem mais: ao fazer cocô, espalha as sementes que ingere, ajudando a plantar árvores.
Todo mundo gosta
Podem ser considerados vilões na vida real, mas não dá para negar que ratos e camundongos das animações conquistaram muitos fãs. O primeiro e mais conhecido é Mickey Mouse, criado por Walt Disney em 1928. Depois foi a vez de Jerry, eterno inimigo do gato Tom, criado por William Hanna e Joseph Barbera, há 70 anos.
Ligeirinho, o mais rápido de todos, apareceu em 1953, produzido pelos norte-americanos Robert McKimson e Friz Freleng. Topo Gigio também fez sucesso a partir de 1958, quando surgiu na Itália. No Brasil, foi sensação na década de 1980. Depois vieram muitos outros, como Fievel, em 1986, e Stuart Little, em 1999. Um dos queridinhos mais recentes é Remy que, de tão talentoso, levou o Oscar (um dos prêmios mais importantes do cinema) por Ratatouille (2007).
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