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Paul McCartney e seus seguidores de gerações

Passagem do ícone mundial por São Paulo
serve de ponto de encontro de fãs da região

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
26/11/2014 | 07:52
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Estadão Conteúdo


Não deve ser fácil ser Paul McCartney. O britânico fez parte da mais famosa banda de todos os tempos, esteve no olho do furacão de uma beatlemania desenfreada, revolucionou o mercado fonográfico, escreveu canções marcantes por gerações e provou seu talento em carreira solo de qualidade. Não seria mais necessário provar nada a ninguém. Porém, aos 72 anos, o maior ícone cultural vivo ainda precisa mostrar fôlego para comandar projeto mundial que passa pelo País desde o dia 10, com paradas no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Brasília. A microturnê brasileira acaba hoje com o segundo show que fará no Allianz Parque, em São Paulo. Os ingressos para os compromissos na Capital foram vendidos em menos de 24 horas.

Paul desembarca desta vez com o projeto Out There, no qual mescla clássicos dos Beatles, pincela destaques de sua fase longe do grupo e apresenta composições presentes no álbum New (2013), seu mais recente trabalho. Sempre com muita energia nos palcos, o músico não demonstra desejo de se aposentar e continua a emocionar os fãs ao som de obras como Live and Let Die, Back in The USSR, Yesterday e Helter Skelter.

“Você tem de fazer todo o sacrifício necessário, pois não é sempre que pode encontrar um de seus heróis ao vivo. Não é um evento qualquer”, diz o andreense José Carlos Muniz, 57 anos, que se encontrou com o ídolo pela primeira vez na noite de ontem ao lado de grupo com cerca de 20 amigos. “Ele tem vindo com mais frequência nos últimos tempos, mas só agora consegui os ingressos. Era uma expectativa violenta, até demorei para dormir. Pesquisei os set lists dos shows anteriores e a emoção maior vem no momento em que ele viaja até o passado mesmo. Acaba sendo uma aventura adolescente.”

Também fã da velha guarda, o morador de São Caetano Dante de Rose Júnior, 61 anos, está mais tranquilo. Ele encontra Paul pela terceira vez após tê-lo visto em 1990 (no Rio de Janeiro) e em 2010 (em São Paulo). “É uma loucura, sempre. Quando ele veio pela primeira vez, há 24 anos, não tínhamos tantos shows grandes no Brasil. Foi um dos primeiros a trazer essas megaproduções, com telões e fogos de artifício. Esses eventos enormes e parafernalhas estão mais comuns graças a ele também.” Neste ano, a turnê conta com palco com cerca de 70 metros de largura por 26 metros de altura, além de poderoso sistema de som de 150 caixas, com potência de 200 mil watts. Uma plataforma móvel promete colocar o protagonista da festa mais perto da plateia.

Dante de Rose Júnior aposta no clima nostálgico como ponto alto da atração. “Marcou minha geração no fim dos anos 1960 e no começo dos 1970. É o tipo da coisa que não se perde o gosto. Tenho várias coisas dos Beatles em casa, incluindo CDs originais e livros. Também curto quem canta músicas deles, pois minha relação é diferente”, explica.

As composições do britânico, considerado o elemento mais romântico do Fab Four, prometem viagem emocionante para a fotógrafa Bruna Fonte, 23, de São Bernardo. Acompanhada da mãe – quem apresentou a obra do músico ainda na infância –, ela está pronta para reviver cenas de sua própria vida. “Cada música do Paul provoca uma sensação e um sentimento diferentes. Amizade, amor, saudade. É impossível ouvir uma música sem que me lembre de algum momento importante da minha vida, pois são canções que falam diretamente com a alma da gente”, filosofa, esperando Another Day, um dos símbolos da relação com a matriarca.

Acostumado a ouvir Pink Floyd, Queen e Foo Fighters, Henrique Tinelli, 22, irá hoje à noite ao Allianz Parque para o primeiro show de Paul no currículo roqueiro. O pioneirismo do compositor em diferentes frentes chamou sua atenção. “Desde quando me interessei por música, o Beatles é ótima fonte de música boa e benfeita, sempre com algo diferente e inovador. O Paul manteve a mesma inovação em suas canções”, analisa o andreense. “Ele cresceu e amadureceu mais ainda dentro da música. Mesmo em seu último CD é possível ver as referências às composições antigas dos Beatles, mostrando que ainda existe material bom dentro de um monte de coisas que são produzidas.” Paul serve como ponto de encontro para fãs que não cansam de reverenciá-lo. Nada mais justo. 




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