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Operação Pancadão servirá de modelo para o Estado
Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
03/10/2011 | 08:12
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Pelo terceiro fim de semana seguido, a Polícia Militar realizou a Operação Pancadão em Diadema. A cidade é pioneira nesse tipo de fiscalização, cujo objetivo é garantir a liberdade de ir e vir do cidadão e impedir a perturbação do sossego. A operação no município serve de projeto piloto para a implementação em outras cidades do Estado onde o problema também ocorre.

Segundo o comandante da Polícia Militar no Grande ABC, o coronel Roberval França, a polícia atende de 15 a 20 ocorrências de pancadão com enfrentamento a cada fim de semana em todo o Estado. São ocorrências em que há uso de gás lacrimogêneo ou bombas de efeito moral para conter os participantes, que enfrentam a força policial. "É preocupante, porque a polícia poderia prevenir a criminalidade, mas precisa se ocupar com esse tipo de ocorrência", ressaltou.

Na operação realizada ontem em Diadema, o comando ficou nas mãos do capitão Roberto Laguna Ornelas. Com ele, 34 viaturas e 70 policiais patrulharam toda a cidade, com foco em seis pontos principais: as Ruas Dezoito de Agosto e Luiz Carlos Prestes, no Jardim Paineiras; Rua da Ocupação; no bairro Casa Grande; Rua da Glória, no bairro Piraporinha; Rua das Margaridas, no Jardim Inamar; e Rua Mar das Filipinas, na Vila Paulínia.

Segundo o capitão, os endereços foram mapeados por meio de consulta às redes sociais e monitoramento dos locais onde ocorrências de perturbação ao sossego são mais comuns. "Enquanto o problema permanecer, continuaremos com a operação. O objetivo é coibir a prática, e também os crimes que têm relação com a festa." Entre eles, Ornelas citou o tráfico e uso de entorpecentes e a venda e consumo de álcool por menores.

MORADORES - Na Rua Luiz Carlos Prestes, no Jardim Paineiras, região do bairro Campanário, a fiscalização ajudou a inibir a realização de pancadões, conforme os vizinhos. "Sábado não teve barulheira aqui, e hoje (ontem) também está tranquilo", disse um pintor de 26 anos, que preferiu não se identificar por medo de represálias.

Ele vive com a mulher e duas filhas de 2 e 6 anos numa casa bem ao lado de onde os bailes de rua são realizados. "As meninas são as que mais sofrem, pois não conseguem dormir. Com a polícia aqui, eles ficam com medo de aprontar."

Na Rua Mar das Filipinas, na Vila Paulínia, região do bairro Eldorado, a fiscalização intensa impede outro problema: um bar que toca forró até a madrugada. "Além disso, tem uma meninada que para os carros na rua e abre o capô para ouvir música alta. É um tormento", disse um segurança de 36 anos.

Ele afirmou ainda que não há dia nem hora para as festas de rua no bairro. "A polícia precisa ficar aqui todo dia, porque durante a semana a bagunça vai até as três da manhã."




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