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Canalização vai custar R$ 41 milhões
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
25/06/2011 | 07:41
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A Prefeitura de São Bernardo prevê iniciar no segundo semestre a canalização do Córrego Saracantan, na Avenida Pery Ronchetti. Serão cerca de 1.480 metros da área, entre a Rua Princesa Maria Amélia e Avenida Amazonas que receberão galerias de concreto armado.

"Vamos colocar quadrados de concreto em forma de muretas embaixo do córrego e aos lados. Essa concepção diminui a velocidade da água, o que evita as enchentes, além de conter a erosão nas margens", disse o secretário de Serviços Urbanos, Sebastião Ney Vaz.

Cerca de 2.000 pessoas serão beneficiadas com a obra, que tem investimento de R$ 41 milhões, sendo R$ 24,7 milhões do governo federal. A previsão é de que a canalização seja concluída em um ano.

Quanto à demora para a canalização do restante do córrego, o secretário justifica que foi preciso refazer o projeto. "A proposta inicial, que seria executada logo após a duplicação da avenida, precisou ser refeita, porque as obras não estavam de acordo com a capacidade do canal. Além disso, nesses procedimentos é preciso pedir autorização ao Departamento de Águas e Energia Elétrica, o que nem sempre é de imediato."

DUPLICAÇÃO
Em 2007, a avenida Pery Ronchetti passou por obras de duplicação em cerca de 800 metros, das ruas Princesa Maria Amélia até a Santa Filomena, próximo ao Paço Municipal. Naquele trecho, foi preciso cobrir o córrego, para possibilitar a abertura da segunda pista.

"Geralmente, fechar o córrego é a última opção, porque a manutenção se torna mais cara e mais difícil, já que tem que ter equipamentos para entrar nos locais fechados para fazer a limpeza", explicou Vaz.

Moradores que vivem na área da avenida duplicada avaliaram que a obra valorizou os imóveis, mas lembraram que o mau cheiro que exala do córrego ainda gera incômodo em alguns dias. "Talvez pelo córrego estar fechado acaba entrando pelos canos de casa", disse a dona de casa Maria do Socorro de França, 49 anos.

 

Moradores só acreditam quando obra começar

Moradores com imóveis nas proximidades do córrego ouvidos pela equipe do Diário lembraram que a canalização era reivindicação antiga.

A aposentada Raimunda Gonçalves dos Santos, 58 anos, vive desde 1995 em uma das travessas da avenida e disse que só vai acreditar na canalização quando vir homens trabalhando. "Sempre, em períodos de eleições, ouvimos promessas, mas depois nada se concretiza. Enquanto isso, convivemos com o mau cheiro, o córrego sujo e as baratas e ratos que invadem residências."

A avenida está sendo tomada por grandes empreendimentos. Para o corretor de imóveis Martim Silva Lopes, a canalização é uma boa notícia. "Vai valorizar ainda mais, por ser área central. Acredito que com o aumento de moradores, vão dar mais atenção ao local. O córrego em si não é um problema, mas o que ele traz aos moradores, como o mau cheiro e enchentes, é o que incomoda. Por isso, manutenção e limpeza são fundamentais."

LEMBRANÇAS
A dona de casa Cleusa Cabral, 53, vive próximo ao rio há 51 anos. Ela conta que o córrego era limpo e havia poucos moradores. Mas, com o passar dos anos, veio a transformação. "Pelo menos não convivemos mais com enchentes depois da construção do piscinão do Baeta Neves", comentou.

A dona de casa Nadir Pereira, 61, também acompanhou todas as mudanças. Ela disse se lembrar da época em que a avenida era de terra, e se podia ver os peixes no córrego. "Algumas pessoas até pescavam, mas com o passar dos anos a água ficou poluída e temos que conviver com o mau cheiro e os pernilongos."




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