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Região tem primeiro trimestre mais letal no trânsito desde 2015

Dados do Infosiga mostram que 54 pessoas perderam a vida no início de 2022

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
21/04/2022 | 07:48
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Celso Luiz/DGABC


O Grande ABC registrou em 2022 o primeiro trimestre com o maior número de vítimas fatais no trânsito desde 2015, primeiro ano da série histórica do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo). De acordo com os dados do relatório divulgado ontem, entre janeiro e março deste ano, 54 pessoas perderam a vida no trânsito da região, número 28,6% maior do que o registrado no mesmo período de 2021, quando foram 42 mortes. O maior indicador foi computado em 2015, com 61 falecimentos – veja os dados no gráfico abaixo.

A alta no trimestre foi puxada pelo indicador de março. Segundo o Infosiga, o terceiro mês de 2022 foi o mais letal do ano, com 19 mortes, sendo que dez vítimas eram condutores de motocicletas, cinco eram pedestres, dois estavam a bordo de automóveis, um conduzindo bicicleta e um em caminhão. O relatório aponta que 18 das 19 vítimas eram homens e 13 morreram no local da ocorrência. Os indicadores mostram que nove óbitos ocorreram após colisões, seis em consequência de atropelamentos e quatro depois de choque com muros, postes ou algum outro obstáculo.

Para o consultor jurídico de trânsito Paulo Torres a alta no número de mortes no trânsito é característica comum entre as grandes cidades brasileiras e vários fatores contribuem para essa situação, sendo a principal delas a falta de fiscalização. “A maior parte dos acidentes é causada por motoristas embriagados ou que consumiram algum tipo de droga. Nossa legislação não cumpre o fator educativo, é baseada apenas na arrecadação por meio de multas. É preciso que tenhamos mais campanhas para explicar aos condutores que se eles vão em algum lugar no qual podem beber, a melhor opção é usar o transporte por aplicativo para não ter que conduzir o veículo embriagado”, comentou o especialista.

Paulo avalia que o fato de o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) possui diversas brechas faz com que as pessoas não tenham medo nem mesmo das multas. “São vários recursos e possibilidades de recorrer das infrações e isso aumenta a sensação de impunidade. O cidadão atropela, mata e fica impune. Isso tem que acabar o mais rápido possível. É preciso moralizar as nossas legislações de trânsito”, enfatizou o consultor jurídico.

O cenário observado nas sete cidades do Grande ABC não se repete no restante do Estado. De acordo com o Infosiga, em março foram 409 mortes no trânsito levando em consideração os dados dos 645 municípios paulistas, número maior do que o registrado no mesmo mês de 2021, quando foram 379, mas menor do que o computado em 2020, no início da pandemia da Covid-19, quando São Paulo registrou 439 mortes no trânsito. No primeiro trimestre de 2020 foram 1.121 mortes no Estado, contra 1.111 no mesmo período de 2021 e 1.180 nos três primeiros meses de 2019. 




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