"Ele disse que os carros roubados tinham os documentos 'esquentados' em Monte Azul, no norte do Estado", afirmou Corrêa. "Depois, seriam entregues a um tal Joao Pereira, em Montes Claros, que trabalharia para um empresário da cidade, irmao de um deputado, que poderia ser o Paulo César", afirmou Corrêa.
O ladrao explicou que Joao Pereira - nome falso, segundo Corrêa - era encarregado de esconder cocaína nos carros e, depois, enviá-los a Sao Paulo. "Precisamos de cautela com a história, mesmo porque Fábio admitiu que jamais viu o empresário Paulo César, mas vamos aprofundar as investigaçoes", ressaltou o parlamentar.
Corrêa esteve em Francisco Sá sábado à tarde com o presidente da CPI mineira, Marcelo Gonçalves (PDT). Os dois retornaram a Belo Horizonte com um relatório com novas informaçoes. A CPI retoma as atividades nesta segunda-feira, na Assembléia Legislativa."Vamos começar a ouvir uma série de pessoas que podem elucidar o caso e nos fornecer detalhes de fatos que já conhecemos", disse o deputado. Na relaçao de testemunhas estao três policiais civis aposentados, que atuaram em Montes Claros na década de 80, entre eles o ex-delegado de Tóxicos Otácilo de Lima.
O delegado, que mora em Contagem, regiao metropolitana de Belo Horizonte, foi o responsável por um inquérito criminal contra Paulo César Santiago e outro irmao, Pedro, em 1987. Os dois foram indiciados, juntamente com outras pessoas, por tráfico de drogas. O inquérito, originado por denúncias de um usuário de cocaína, foi encaminhado ao Ministério Público, mas foi arquivado por "falta de provas materiais".
Lima apurou que uma casa noturna entao pertencente a Paulo César seria ponto de venda de drogas. O mais estranho, de acordo com o parlamentar, é que os policiais que trabalharam no caso foram afastados logo depois do encerramento do inquérito. "Suspeitamos que Paulo César teve influência, na época, na nomeaçao de um novo delegado regional para a cidade, que, por sua vez, determinou a transferência dos policiais que o investigavam", disse Corrêa.
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