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Famílias terão de esperar mais seis meses por moradias

Previsão é a de que unidades que vão atender 79 famílias do morro do Samba, em Diadema, sejam entregues com dois anos de atraso

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
13/01/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Pelo menos 79 famílias ainda aguardam o término da construção de unidades habitacionais no morro do Samba, em Diadema. A conclusão das obras do núcleo habitacional Beira-Rio vai precisar ser adiada mais uma vez. Isso porque a Prefeitura prorrogou o contrato com a construtora em mais seis meses, prazo que vence em julho. A previsão era a de que a entrega ocorresse em novembro de 2015.

Este não é o primeiro atraso. Conforme reportagem publicada pelo Diário em junho de 2015, a previsão da administração municipal era a de que tudo ficasse pronto até junho do ano passado. Pouco mais de um ano depois, as obras do local ainda continuam em ritmo lento. Trabalhadores que atuam na área afirmaram que no momento fazem os últimos reparos nas estruturas.

O projeto, em parceria com o governo federal, faz parte da urbanização do Complexo Beira-Rio, que também compreende intervenções de pavimentação e consolidação de 95 moradias, e foi finalizado em 2009. As obras começaram somente em outubro de 2014, e na época a administração alegou que precisou refazer a documentação.

Uma das famílias que espera ansiosamente pelo apartamento é formada pela dona de casa Maria de Fátima Silva, 64 anos, o pintor Francisco Rosa de Souza, 47, e um filho. Desde 2009 o casal sonha com a casa e já começou a guardar o dinheiro para o pagamento das mensalidades do imóvel.

A simples menção da unidade habitacional deixa um sorriso no rosto da mulher, que afirmou não se incomodar com o atraso. “Está ficando muito bonito, e agora já está para sair. Acredito que ainda neste ano vamos conseguir ter a nossa casinha. Só por estar inscrita no programa já é uma bênção.”

Como prova de que acredita na entrega das moradias, ela abdicou do auxílio-aluguel (R$ 400), que recebia desde que entrou no programa, em 2009. Desde o fim do ano passado voltou para o antigo barraco, de onde saiu no início das obras.

“Saí porque era área de risco, mas como ele ficou aqui e é bem em frente à obra decidimos voltar. Estou muito confiante. Sou muito grata a Deus”, contou.

Para sobreviver, ela vende artesanatos em crochê e ele trabalha por conta, pois alega ter encontrado dificuldades para arrumar emprego fixo por conta da crise. O filho, que trabalha como operário, é responsável pela única renda fixa na casa, no valor de um salário mínimo (R$ 937).

O entregador Joseval Pedro dos Santos, 36, que mora com a mulher e mais cinco filhos nas proximidades, também demonstra ansiedade. Ele comprou um barraco em 2000, mas teve de deixar o local em razão das intervenções e recebe auxílio-aluguel.

Para complementar a renda, trabalha como entregador de galões de água. Não há um valor fixo por mês, que depende da quantidade de encomendas. “A gente está muito ansioso para ter a nossa casa. É difícil ter de pagar aluguel, que é quase o dobro do que recebo de auxílio. A gente escuta que vai entregar em breve, mas ninguém nos informa a data. É difícil esperar sem saber quando vai terminar.”

O investimento para a construção das unidades é de R$ 6,3 milhões, sendo R$ 3,8 milhões da Prefeitura e R$ 2,5 milhões do governo federal. Questionados sobre o assunto, o Paço e o Ministério das Cidades não retornaram até o fechamento desta edição. 




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