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Obra no córrego Apiaí vira transtorno
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
20/12/2005 | 08:15
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Velha reivindicação de quem mora na Vila Cecília Maria, em Santo André, a construção de uma galeria sobre o córrego Apiaí, começou há seis meses. Mas a obra, aprovada pela comunidade nas reuniões do Orçamento Participativo, já não é motivo de comemoração entre a vizinhança. Os trabalhos foram interrompidos, montes de entulho se acumulam nos arredores e as margens estão desmoronando. Moradores das casas mais próximas temem que a terra continue a ceder.

Os vizinhos do córrego contam que as máquinas da Emparsanco, empreiteira contratada pelo Semasa para construir a galeria, deixaram o bairro na semana passada. As margens do córrego, que já ameaçavam desabar, foram contidas com grandes toras de madeira. Com as chuvas dos últimos dias, parte dos grossos pedaços de eucalipto não agüentaram e entortaram com a força das águas.

“Nem essas toras pesadas conseguiram conter o barranco. Todo mundo já ligou para o Semasa, mas ninguém dá satisfação. Deixaram a obra pela metade, não terminaram a galeria. E ainda deixaram todo o entulho aqui”, reclama o aposentado Ademir Alves Cruz, 54 anos, que mora de fundos para o Apiaí.

Ele conta que a promessa era de que a galeria fosse concluída em seis meses. “Mas fizeram menos da metade”, avalia. Ao contrário do que imagina Ademir e outros vizinhos das ruas Solimões e Amaralis, a obra já foi terminada. O Semasa afirma que o Orçamento Participativo aprovou a canalização de 140 metros do córrego, entre as ruas Fausto e Francisco Ferreira, e não de toda a extensão. Se os moradores quiserem a construção da galeria até a rua Amambi, terão de aprová-la no próximo ano.

Além dos pouco mais de 100 metros de galeria, faz parte do pacote de intervenções a abertura de uma rua que ligará a Francisco Ferreira à Carijós. A obra ainda não foi feita porque depende da remoção de uma oficina mecânica que fica no meio da futura ligação.

O Semasa diz que as toras de eucalipto que foram derrubadas pela chuva serão substituídas. E que a Emparsanco retirou as máquinas do local porque os funcionários entraram em férias coletivas. Os trabalhos devem ser retomados no começo de janeiro.

Enquanto não conseguem uma solução definitiva para o problema, os moradores rezam para a água do córrego não destruir os fundos de suas casas. A dona-de-casa Ana Zanini de Almeida, 79 anos, mora há 50 no mesmo lugar, com o quintal virado para o córrego. Mas está assustada com as enxurradas. “Com tanto entulho, está mais forte. Rezo para não desmoronar.” O Semasa recomenda às famílias que se sentirem em perigo ligarem para a defesa civil, no número 199.




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